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𝐄stá na hora de pagar por todos os seus pecados.──┈┈┈┄┄╌『 𝐀𝐑𝐆𝐔𝐒 』╌┄┄┈┈┈──
─ Você anda falante. A última vez em que te vi você não estava assim. ─ a única pessoa que eu confio, afirma, folheando um livro.
Eu ri, colocando a mão em meus bolsos.
─ Você me viu há anos atrás.
─ E esse intervalo foi o suficiente para você tomar decisões que me fizeram vir aqui pessoalmente, Maestro. ─ eu passei os olhos pela tatuagem em seu pescoço e coloquei a mão na que eu também tinha no mesmo local, e ele fechou o livro.
Eu notei sua seriedade, ele queria falar sobre a minha escolha.
─ Podem sair, por gentileza. ─ gesticulei com a mão para o resto dos nossos homens enquanto entrávamos na cela.
─ Me diga a verdade. ─ ele apoiou o livro sobre a cama beliche em que eu estava sentado e parou em minha frente. ─ Por que isso? Por que depois de anos optou por isso? Pela morte. ─ eu senti a frustração em sua voz.
Eu olhei para sua camisa, broche preto, número baixo. O que ele fez para entrar aqui?
─ Eu não queria que você viesse, eu tentei te impedir, mesmo daqui de dentro, porque você está ciente. ─ olhei no fundo de seus olhos. ─ Quando eu tomo uma decisão, eu não volto atrás, então eu não queria te arrastar para isso.
Eu o vi desviar o olhar, parecendo um pouco irritado.
─ Bright. ─ o chamei. ─ As coisas se tornaram monótonas; os presos que entram, os presos que saem, todos eles parecem simples robôs, e eu estou fatidicamente condenado a me tornar um, e definitivamente não quero isso.
Ele me olhou e eu me levantei, estava cansado daquele assunto e queria aproveitar de certa forma os poucos momentos que me restavam - afinal de contas - iria para a cadeira elétrica nesse final de semana.
─ Então você está agindo dessa forma mais impulsiva por isso? ─ ele perguntou, sem me olhar.
─ É. ─ eu dei de ombros, me virando para a frente. ─ Só agora, apenas agora, eu quero me dar o luxo de fazer coisas que eu quero, não o que acreditam que eu quero.
─ Se... ─ ele ponderou, e eu imediatamente me virei. Por que Bright? Bright nunca ponderava, ele apenas tinha certezas. ─ Se eu conseguir te tirar dessa, você promete gostar de viver?
Nós trocamos olhares por longos segundos.
Suas palavras atingiram minha alma.
Ele passou por poucas e boas comigo, eu o conhecia como a palma de minha mão, dá mesma forma que ele também me conhecia.
E pela primeira vez eu não sabia como responder uma pergunta.
Eu quero mesmo morrer?
Ou eu na verdade só estou perdendo minhas lembranças de um tempo bom? E eu sei que elas, as lembranças, são as únicas coisas pelas quais vivo.
Eu definitivamente não quero morrer.
Mas eu me sinto incapaz de criar novas memórias.
Memórias que me prendam à vida como as antigas me prendiam.
Eu saí da cela sem dizer nada. Porque eu sei, não há nada que me fará mudar de ideia, pois eu não tenho a mínima pretensão de fugir daqui e ter que fugir lá fora também, fugir das autoridades, fugir da chuva, da fome...
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ARGUS╽Jikook - [1ª temporada]
Fanfiction[CONCLUÍDA] Dentro das Forças Armadas há um grupo de pessoas severamente formadas para combater qualquer tipo de evento ou indivíduos que coloquem em risco as dependências físicas ou intelectuais da Coreia do Sul. Esse grupo se chama "ARGUS", ele re...