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POV Maiara

" Somos uma mistura química que provoca o caos..."

Voltar pra realidade depois do que aconteceu entre mim e a Marília era difícil, eu ainda não conseguia acreditar que eu tive coragem de me jogar pra cima dela naquela academia e ela me correspondeu, eu não vi ela o dia inteiro ontem, mesmo eu rodando esse lugar inteiro, e agora eu estava dentro de um avião indo para o inferno aparentemente.

Assim que deu 19h colocaram vendas na gente, amarraram nossos pés e mãos, nos enfiaram em um avião tem pelo menos 8h e todos estavam em silêncio durante a viagem toda, ninguém falava nada, eu até dormir algumas vezes, até que finalmente o avião pousou, soltaram nossas mãos, pés e fomos guiados até algum lugar ainda com vendas.

Eu senti o sol quente na minha pele, barulho de folhas balançando, até que mandaram tirar nossas vendas, foi difícil me localizar no começo, até que finalmente percebi que estávamos em alguma base no meio do nada, que merda era essa? Olhei para frente vendo a Marília, ao seu lado estava Normani e mais 4 soldados que eu nunca tinha visto na vida.

Ao fundo tinha 4 prédios, alguns aviões não parecia ser muito habitado, parecia que estávamos em uma ilha em algum lugar no meio do mar, Marília olhava para todos séria, ela não me olhava, isso me irritava porque ela tinha fugido aparentemente de mim o dia todo ontem e agora que ela estava aqui na minha frente eu não podia fazer nada.

- Estamos na nossa base em uma das ilhas que fica próximo do nosso estado Havia, aqui vamos aprender como sobreviver no meio da selva, depois da guerra do Vietnã aprendemos muitas coisas e o que devíamos melhorar para que falhas como as que aconteceram antes não se repita - disse Marília.

Ela falou sobre a guerra do Vietnã e isso me fez dar um breve sorriso torto que tentei disfarçar, essa guerra é uma das maiores vergonhas por assim dizer do nosso país, não podemos dizer que perdemos mas também não ganhamos, nossa maior fraqueza foi não conhecer o terreno, as florestas que era a maior arma do exercito inimigo, agora eles queriam nos ensinar a não morrer com facilidade na floresta, por isso estávamos aqui, era uma parte importante e longa do treinamento.

- Demos a vocês folga mas agora vamos ficar algumas semanas por aqui, vocês vão aprender como sobreviver em uma floresta sem comida, vão aprender sobre plantas e animais, a se guiarem pelo sol e estrelas, a cuidar de ferimentos no meio da floresta, como se camuflar, técnicas de combate terrestre e várias outras coisas - disse Normani.

- Bem vindos a fase 2 do treinamento para se tornarem fuzileiros navais do Estados Unidos da América - disse Marília sorrindo eu acho que não vou gostar nada disso.

- 27 ME FALA UM MOTIVO PRA SUA FOGUEIRA AINDA ESTA APAGADA? - gritou praticamente no meio ouvido a Normani.

Eu estava furiosa a porcaria daquela madeira estava molhada, escorregava da minha mão o tempo todo, inclusive minhas mãos estavam com bolhas já, o sol estava me fazendo suar, eu estava com fome e estávamos a 3 dias dentro daquela floresta sem tomar banho, sem dormir direito, acho que já tínhamos andado essa ilha toda.

- TA SURDA 27? - gritou Normani.

Olhei pra ela com raiva de longe eu vi a Marília me encarando, nós ainda não conversamos mais depois da noite na academia, ainda não tive tempo de ficar sozinha com ela em nenhum momento nesses 3 dias e parece que ela não estava afim de fazer isso também.

- Minha mão esta escorregando senhora mas eu vou conseguir - falei pra Normani.

- FAÇA ISSO AGORA - continuou gritando, eu queria revidar mas não podia.

Olhei para a porcaria da madeira sequei minha mão na calça para ter mais firmeza, eu tinha que fazer uma brasa com a porcaria da madeira e com o ninho de passarinho que eu tinha conseguido arrumar de uma arvore, comecei a esfregar aquela madeira no começo mais devagar como tinham ensinado, depois mais rápido, parecia uma eternidade.

BATALHÃO 27 Onde histórias criam vida. Descubra agora