05| Submerso I

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  A noite anterior me deixou com boas memórias, brechas de uma futura grande amizade, e claro, muitas perguntas.

Realmente não me imaginava estar tão cedo, nem minimamente, preocupada com Kass. Mas com o acontecimento recente, isso séria inevitável.

Não que eu me importasse realmente com ele. Eu só estava muito...intrigada.

Deveria contar a Katherine sobre o que vi?

Na manhã seguinte, pensei comigo mesma se deveria sair sozinha em um passeio monótono pelo quarteirão.

As semanas passaram voando, e quando vi, já estava prestes a iniciar o ano letivo. Teria apenas mais dois dias até que livros e mais livros fossem jogados em meu rosto.

Bom, pelo menos era o que eu esperava. Assim, pensando no pior, o maior que recebesse pareceria pouco.

Saíra do banho animada. O pensamento de que haveria uma companhia na escola era quem me deixava daquela forma.

O roupão branco e macio era o único tecido o qual embrulhava meu corpo ainda úmido.

Sentei-me na cama com um suspiro entusiasmado, pegando o celular que carregava posto sobre a escrivaninha de madeira branca.

A alguns minutos eu recebera a notificação de que um novo SMS havia chegado. Mas, não era qualquer SMS. Não. Era de Agnes.

Pensei muito antes de abrir, e confesso, estava animada e talvez nervosa demais para apenas uma mensagem de texto.

Escolhi esperar. Pareceria totalmente desesperada se a abrisse na hora, certo?

Foram esses mesmo pensamentos quem me fizeram tomar a escolha de relaxar um pouco em água morna antes de lhe responder.

Fui rápida desbloqueando o celular com minha senha elaborada.

Meus pés se balançavam como uma criança. Meu sorriso curioso se mantia firme, até que se desfez quando, a menos de clique, minha ação fora bruscamente interrompida.

O som da porta de meu quanto sendo aberta tão abruptamente fez com que eu me encolhesse para trás.

A visão de Kass e sua expressão inexistente me fez confusa, e de tal modo, nervosa.

Logo manti meus olhos em seu rosto, tomando uma expressão semelhante a sua. Apenas me esforçando o suficiente para não, descaradamente, olhar para seu tronco trabalhado, o qual se revelava de forma clara por trás de sua camisa de compreesão preta.

Um segundo rápido de reflexão para que logo o estranhe quando, sem aviso prévio, passa a se aproximar despreocupado.

- A opção de bater ou talvez pedir licença também funciona, além de me parecer mais ético. - Suspirei erguendo meu olhar para o garoto parado à minha frente.

- Olha, vou ser bem breve... - Kass iniciou quando cruzou os braços vasculhando meu quarto com seu olhos afiados. - Sobre ontem a noite, vê se fica quietinha, tudo bem? - Pois fim, permanecendo com o olhar distante.

Minhas sobrancelhas se juntaram com seu distanciamento quanto a minha presença.

- Não imaginei que ficaria tão ressentido com a minha vitória. - Provoquei o garoto que pareceu ignorar o padrão distante que o próprio criou, penetrando seus olhos afiados em meu rosto.

Seus braços se descruzam quando desliza uma das mãos pelos cabelos, apoiando a restante no colchão, ao lado de meu corpo. Um movimento mais que familiar, projetado para agora me provocar.

A proximidade me tira um suspiro e me traz lembranças. O leve falhar em minha expressão fora provavelmente notada por Kass, já que abre um sorriso de canto, o qual se acompanha de um suspirar em riso.

Brotherly love??Onde histórias criam vida. Descubra agora