Orgulho

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Orgulho esnobado

Que me esnoba.

Orgulho que me torna

Solitária,

Pois tornou-se isolado

Quando se negou a admitir

Que não admite sua necessidade

De falar sem omitir.


Não percebe que me esgota,

Não me nota,

Não olha nem para si.

Orgulhoso demais.

Não admitiria, jamais,

Que está bem aqui,

Onde me nego a notar,

Onde me nego a olhar.

Prefiro ignorar a mentir.


Doença

Que devora,

Que corrói,

Mas me evita.

Nega-se a admitir

Que necessita

De uma alma para destruir

Cada parte,

Cada espaço

Que, em mim, sobra,

Que, em mim, habita.


Faz-me agir como

Alguém que transforma

Cada feito, cada fala,

Cada toque, cada forma

Em mero estoque.


O orgulho estoca

Todo ato iminente.

Então me sufoca

Com tamanha falta

E me ensurdece

Com o som estridente

Que produz ao explodir,

Pois seu vazio é finito.


Não lhe resta, não lhe cabe mais nada.

Restam-me, agora, queimaduras

De um fogo instável e aflito.

É melhor esperar

Por aquilo que parta de ti,

Esconder-me,

Omitir.

É melhor te livrar

Do meu lado que anseia

Por ter aqui.

Dizer-te

Que até isso o orgulho me roubou:

O Admitir

Do meu amor por ti

Que não se queimou.


Reconheço, agora,

A mim e ao meu amor.

Meu orgulho não foi queimado,

Foi perdido.

Agora não o vejo,

Não o noto, mas o reconheço.


Ele está por aí, isolado,

E eu estou aqui

Com o vazio que me sobrou

A tudo que ainda falta ser reconhecido.

Entenda,

O vazio é necessário

Para ser preenchido.

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⏰ Last updated: Nov 29, 2023 ⏰

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OrgulhoWhere stories live. Discover now