Prólogo

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Sina Maria Deinert Stark

Eu ficava andando de um lado para o outro dentro do meu quarto, sentindo o chão de madeira fria sob meus pés descalços. O quarto estava iluminado apenas pela luz suave do abajur ao lado da cama, criando sombras dançantes nas paredes cobertas de pôsteres e fotos. O som do meu andar ecoava levemente no espaço pequeno, misturando-se com o zumbido distante do tráfego lá fora.

Cada passo que eu dava parecia pesar mais do que o anterior, como se o chão estivesse tentando me segurar. Meus pensamentos estavam em turbilhão, girando em torno de uma única questão: como eu iria terminar com o Noah? Ele sempre foi o meu namorado, o cara que eu namoro desde que eu tinha 12 anos. Agora, com 19, já são sete anos de relacionamento. Sete anos de memórias, risos, lágrimas e amor.

Eu o amo mais do que palavras podem expressar. Lembro-me de cada detalhe do nosso tempo juntos: o jeito que ele sorri quando está feliz, a forma como ele segura minha mão quando estamos andando juntos, o som da sua risada que sempre consegue me fazer sorrir, não importa o quão ruim meu dia tenha sido. Mas agora, eu estava prestes a tomar uma decisão que poderia mudar tudo.

Eu ia para o mar. Uma oportunidade única de seguir meu sonho,eu não podia deixá-la passar. Mas isso significava deixar Noah para trás. Não podia obrigá-lo a ir comigo e abandonar a vida que ele construiu aqui. Ele tinha seus próprios sonhos, sua própria carreira, e eu não podia pedir que ele sacrificasse tudo por mim.

O quarto parecia encolher ao meu redor enquanto eu continuava a andar, minhas mãos tremendo levemente. Olhei para a cama, onde uma pilha de roupas estava jogada de qualquer jeito, resultado de uma tentativa frustrada de arrumar a mala. A janela estava entreaberta, deixando entrar uma brisa fresca que fazia as cortinas balançarem suavemente. O cheiro de chuva no ar misturava-se com o perfume suave que eu sempre usava, criando uma mistura familiar e reconfortante.

Sentei-me na beira da cama, sentindo o colchão afundar sob meu peso. Peguei uma foto nossa do criado-mudo, uma imagem de nós dois sorrindo em um parque, o sol brilhando atrás de nós. Passei o dedo sobre a imagem, sentindo a textura do papel fotográfico. Como eu poderia dizer adeus a tudo isso?

Fechei os olhos por um momento, tentando encontrar as palavras certas. Meu coração batia rápido, quase dolorosamente, no meu peito. Eu sabia que precisava ser honesta com ele, que precisava explicar meus motivos e esperar que ele entendesse. Mas o medo de machucá-lo, de perder tudo o que tínhamos, era quase insuportável.

Respirei fundo, sentindo o ar entrar e sair dos meus pulmões, tentando acalmar meus nervos. Levantei-me novamente, caminhando até a janela e olhando para fora. As luzes da cidade brilhavam como estrelas no chão, e eu me perguntei quantas outras pessoas estavam enfrentando decisões difíceis naquela mesma noite.

Finalmente, peguei meu telefone e digitei uma mensagem para Noah, pedindo para nos encontrarmos. Sabia que precisava fazer isso pessoalmente, olhar nos olhos dele e dizer a verdade. Meu coração estava pesado, mas também havia uma sensação de alívio por finalmente tomar uma decisão.

Enquanto esperava pela resposta dele, continuei andando pelo quarto, tentando me preparar para a conversa mais difícil da minha vida. Sabia que, não importa o que acontecesse, sempre carregaria o amor que sentia por Noah comigo, onde quer que eu fosse.

Comecei a arrumar minhas malas, sentindo a textura áspera do tecido da mala de viagem sob meus dedos. O quarto estava iluminado pela luz suave do sol da tarde que entrava pela janela, criando um jogo de luz e sombra no chão de madeira polida. O som distante de pássaros cantando lá fora misturava-se com o leve zumbido do ventilador de teto, que girava preguiçosamente, movendo o ar quente de um lado para o outro.

" 𝐂𝐨𝐦𝐞 𝐛𝐚𝐜𝐤 "            Onde histórias criam vida. Descubra agora