Como mais um dia de plantão durante o dia foi muito corrido, algumas intercorrências, algumas internações mais graves.
Hoje minha coordenadora me pediu que fique durante o plantão noturno de olho no setor do pós-cirúrgico, a enfermeira do setor não estava se sentindo bem e precisou ser atendida e acabou tendo que ir embora, cirúrgico não é meu forte, mas não discordarei da minha chefia, então coloquei um sorriso no rosto e fui para o setor.
Havia apenas um paciente no setor, uma cirurgia ampla de quadril, ele estava ainda muito sonolento devido à anestesia, verifico tudo o que precisava no paciente para iniciar a evolução dele.
Percebi que ele estava muito tranquilo e por hora não iria mexer com o paciente, sei que quando ele acordar vai sentir uma dor enorme, e como ainda não tem nenhum médico disponível para prescrever algo, prefiro deixá-lo dormindo.
Sempre a meia-noite o hospital oferece um lanche para todos os funcionários, então olho mais uma vez para o meu paciente que segue dormindo agarrado com Morfeu, saio tranquilamente do setor, como aqui não tem acesso de muitas pessoas, fico tranquila em ir para o refeitório.
Encontrei algumas amigas que não via algum tempo, ficamos conversando no refeitório sobre várias coisas e todas se surpreendem quando digo que ainda não estou namorando.
Mas me diga quem vai se interessar por uma mulher gorda como sou, nem me importo, mas com isso, acho que não acharei o amor, talvez quando fui criada a minha outra metade não entrou na fila da criação, me despeço das minhas colegas, entro no setor, o paciente seguia dormindo.
Me impressiono em como o efeito da anestesia derruba muitos pacientes, só queria ser assim quando chegasse em casa pós-plantão, me afasto e percebo que havia alguém no setor, quando olho me lembro dele, é o médico inconveniente do dia da festa, que minha mãe insistiu que usasse um vestido vermelho.
— Boa noite, Carolina, certo? — Confirmei com a cabeça, me afastando um pouco dele.
— Sim, me chamo Carolina, não sei quem é você. — Tento mostrar que estou incomodada com essa aproximação dele.
Caminho em direção o balcão de enfermagem onde ficavam os computadores, queria evoluir o paciente e começar a mexer com ele para ver como estava a cirurgia.
— Me chamo Fabrício, sou o médico que está de plantão hoje nesse setor, acho que podemos nos divertir um pouco. — Ele fala bastante próximo ao meu ouvido.
— Muito obrigada, mas não desejo esse tipo de diversão doutor. — Tento me afastar, mas ele me impede.
Olho para ele e percebo que o seu humor mudou, vejo um monstro, meu pânico começa a tomar conta de mim, quando ele segura o meu pulso, tento empurrá-lo, mas acabo caindo no chão, ele me puxa pelos cabelos, tento gritar, mas acabo recebendo um tapa que foi o suficiente para me deixar desnorteada.
Suas mãos entram pelos meus cabelos e me puxa para um depósito onde havia algumas coisas guardadas.
— Por favor, não faça isso... — Ele me puxa e fecha a porta, tento me levantar, acabo recebendo outro tapa e me bato na estante e sinto que machuquei meu ombro.
Acabo caindo no chão com a cabeça rodando, estava escuro, mas sentia que as suas mãos percorrendo pelo meu corpo.
— Pare de fingir que não deseja, uma puta como você que com toda certeza já deu para a maioria dos médicos, safada. — Não entendia porque ele me acusou assim.
Senti quando ele puxando minha roupa, a sua invasão foi muito dolorido, meu corpo lutava contra esse desgraçado, meu choro agora era uma pouco mais baixo, não adianta gritar, estávamos longe de todos os lugares.
— Realmente um puta mesmo. — Ele se afastou e senti seu cuspe na minha barriga, me senti enojada, ele se levantou depois que terminou o que queria.
O vi saindo do depósito, me encolhi ali no chão e chorei muito, até conseguir me arrastar para o banheiro, queria me livrar do fedor desse maldito homem, me olhei no espelho e comecei a ver os diversos hematomas que acabarei aparecendo amanhã.
Como enganarei a minha mãe?
Preciso tomar um anti-retrovirais, pílula do dia seguinte, me recuso engravidar desse desgraçado.
Por sorte sabia que uma amiga estava de plantão no hospital da mulher, será a única que vai saber o que aconteceu comigo.
Senhor me proteja.
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AMOR, INSANO AMOR (Livro 01) "AMAZON"
RomanceEla precisou mudar completamente a sua vida para fugir de um assédio que sofreu no seu antigo emprego. Ele quer mudar de vida devido a sua família que já passou por muitas situações durante todo o período que ele é o "Chefão" do Morro. Carolina cons...