— Eu acho que não pareço bem, grandão. - Falo esfregando meus pulsos me arrasto até fora da cama. Não deixando de engir em seco ao escutar sua voz.
— Esse sangue não é seu. - Diz indo até o ser desmaiado no chão depois de me analisar o suficiente pra ver que eu estava bem fisicamente.
— Não, é do desgraçado que tentou me estuprar. Você não é humano.- Soo tranquila enquanto o sigo, ele carregava aquele ser nos ombros.
— Você não é daqui? - Confuso ele questiona sem me olhar enquanto desce as escadas.
— Não. O quê ele fez? - Pergunto enquanto andandamos por longos corredores.
— É o dono de muitos negócios ilegais, tráfico humano é um deles. Como veio parar aqui? - Intrigado ele interroga abrindo uma porta, haviam diversos funcionários ali arrumando materiais.
Ele rapidamente fecha a porta novamente e dos seus olhos sai algo vermelho que queima a maçaneta a derretendo, agora estavam presos.
— Vocês, esperem pela polícia.- Diz enquanto seus olhos voltam ao normal e segue pelo corredor carregando aquele ser nos ombros ainda.
— Estava voltando do trabalho quando me desmaiaram, acordei em uma cela com vários outros sequestrados. - Respondo analisando sua nuca, era bonita...
— Vai ficar me seguindo? - Pergunta intrigado, parecia entretido.
— Não sei como sair e você parece um lugar seguro. - Sou sincera dando de ombros.
Ele fica quieto e segue andando, por ainda admirar suas costas e nuca, vejo suas orelhas vermelhas.
— Está tudo bem? - Pergunto olhando pra bunda dele.
— Sim, claro. Você não é humana também.- Diz rápido e seguro.
Engulo em seco, e escuto o vento sussurrando ao redor dele. Ele não era alguém ruim.
— Não sou mesmo. - Receosa o respondo.
— Seu coração parece um tambor, não precisa ficar nervosa. Poucas são as vezes que eu encontro alguém que não é humano e não está com planos maléficos em ação. - Ele diz descontraído e sacode um ombro pra vida e para baixo fazendo o largando balançar, insinuando que sua frequência com "não humanos" é com este tipo de gente.
— De onde você vem? - Intrigada eu pergunto enquanto descia as escadas atrás dele.
— Krypton. E você? - Pergunta casual enquanto quebra a maçaneta de uma porta e quando a mesma abre revelando celas cheias de pessoas, o lance dos seus olhos queima os cadeados.
Já ouvi falar do planeta dele, mas não sei nada relevante.
— Nyasm. - Digo andando e tropeço quase caindo em cima dele quando ele para.
— Chegamos, lá fora tem muitas pessoas. - Diz como se estivesse passando uma informação oculta e eu não entendo.
— E? - Arqueio a sobrancelha tombando a cabeça para o lado.
— Nada...- Ele diz suspirando e abre a porta, a luz chega aos meus olhos e posso sentir sua cor mudando de imediato.
— Superman! - Algumas pessoas gritam alegres e aliviadas, flashes de câmeras bombardeiam o homem frente à mim.
O chamavam de Superman... Ah, e põe "super" nisso, e...caramba! Muito "man" mesmo, uau... Suspiro de acordo encarando suas costas e bunda quando a capa se move por conta do vento
Havia uma van preta com a porta traseira aberta, o homem joga o lagarto lá dentro e parece começar a dar impulso pra sair mas então para bruscamente e olha pra trás, pra mim.
Faz um tempo que a pequena multidão ali havia começado a me encarar paspalhos e os fotógrafos apenas tiravam diversas fotos.
— Vou te levar pra casa. - Ele diz e não tenho tempo de reagir quando sinto suas mãos tocando minhas costas e atrás atrás meu joelho me erguendo em seus braços, a pressão com que ele sobe aos céus me faz congelar em susto, não grito, estava parada como uma estátua.
No alto ele voa devagar e eu saio do torpor lhe acertado um tapa na testa, irritada.
Escuto e vejo sua risada divertida enquanto me olha sapeca.
— Sinto muito, achei que poderia escutar um gritinho histérico vindo de você, me enganei. - Diz rindo pra mim e logo olha para frente.
— Aonde você mora? - Olhando para parte da cidade à baixo ele pergunta.
— Rua cinquenta e nove apartamento vinte e cinco.- Digo olhando para baixo também, apenas por reflexo do seu ato.
Ele fica em silêncio olhando com atenção pra um ponto lá em baixo e suspira.
— E se eu dissesse que sua casa pegou fogo? - Perguntou preocupado mordendo o canto do lábio inferior voltando sua atenção pro meu rosto.
— Eu diria que faz sentido. - Respondo suspirando entendendo que era a realidade.
— Por que? - Pergunta interessado.
— Me sequestraram, mas eu estava iniciando em um emprego fixo, provavelmente me procurariam pelo sumiço, eu ter morrido em um incêndio seria uma ótima forma dos sequestradores pouparem esforços em limpar rastros. - Digo suspirando e ele arregala os olhos assentindo.
— Você é inteligente! - Exclama pasmo e eu lhe acerto um tapa na nuca desacreditada.
Ele comprime os lábios contendo a risada enquanto me encara.
— Pra onde irá? - Pergunta procurando uma solução.
— Procurarei pelo meu fotógrafo, ele provavelmente poderá me abrigar por um tempo até eu conseguir outro canto pra morar. - Pensativa respondo esperando que realmente fosse como eu disse.
Silêncio reina enquanto eu olhava pensativa para a cidade à baixo.
— O conhece a quanto tempo? Ele sabe que não é humana? - Pergunta parecendo intrigado.
— Há uma semana. E não, ele não sabe. - Digo sem graça e recebo um olhar de desaprovação.
O homem voa nos levando pra em uma direção desconhecida.
— Pra onde estamos indo? - Pergunto analisando cada ponto da cidade.
— Pro meu apartamento.- Diz sério e eu arregalo os olhos.
— Mas- Sou interrompida.
— "Mas" nada, você também não conhece o homem qual você quer que te hospede. - Diz e adentramos a janela de um apartamento alto, muito alto.
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Superman... - Ah, e põe "super" nisso, e...caramba! Muito "man" mesmo, uau...
FanfictionEla estava em uma situação difícil, ele resolveu ajudar, pobrezinho... Felinster não gostava de criar laços, estando na sua situação atual, além de ser difícil criar um: era perigoso também. Mas então, um ser inesperado traça nós na marra, bom, ele...