Capítulo 13

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Ela não estava contente, nem um pouquinho.

Era adorável: vê-la emburrada por não conseguir implicar comigo.

Pacífico e encantado, luto pra conter a risada diante daquela criatura adorável e irritadiça.

Lavo suas asas apaixonado pela suavidade das penas.

- O quão sensíveis elas são? - Questiono repentino, realmente curioso.

- Não é da conta. - Resmunga em um ofego, ela ficava silenciosa quando eu cuidava das suas asas, interessante, não?

Uma risada singela me escapa e mantenho silêncio após isso.

- Vai demorar? - Pergunta, sua voz soava como um animazilnho ferido, se eu já ficava desarmado diante da sua voz, sua voz manhosa me passava a rasteira.

Mas eu posso voar, vocês lembram? Pois é, seu olhar me atingiu como um raio e aí eu estava desarmando em terra, de novo.

Os olhos cinzas que pareciam a mais pura prata me encararam pensativos, impacientes e sonolentos.

- Acabei, só preciso secar, senhora. - Murmuro como um servo silencioso, ela bufa e nem me deixa tempo pra secar suas asas, o vento do chacoalhar das mesmas quase me joga longe.

- Vou me vestir, agradeço pela ajuda. - Disse neutra, sua fala traduz-se como: saia já que terminou.

Recolho as coisas e saio, vou pro meu banheiro e tomo um banho assim que guardo as coisas no armário.

Ela era tão pequena, mas tão pimpona.

Termino de me lavar pensando sobre como ficou estranho tomar banho sem ter pelos, digo, era bom, ainda sim me sentia mais alien do que eu realmente era.

Eu tinha adiantado meu trabalho, e era noite, me jogo na cama.

Pensativo, com a visão de raio X vejo os outros cômodos, nunca vendo Felisnter.

Estavam arrumados, eu já estava bem alimentado... Pego um livro na cômoda, na esperança de me distrair.

Passaram-se duas horas, era uma da manhã.

Resolvo andar pela casa, visto uma calça e calço minhas pantufas.

Estava agora vagando pela cozinha quando escuto a respiração tranquila de Felinster.

Ela consegue dormir, claro que sim. Eu sou o único pateta que se sente inquieto e não sabe o porquê.

Vou até a porta de seu quarto e leio a placa.

"Se tiver que entrar, não me acorde pra isso, cada um com seus problemas." Quis rir, desgraçada.

Seguro a maçaneta e giro, entro no quarto estupidamente escuro e de cheiro celestial, fecho a porta.

O cheiro de morangos doces e cítricos estava centrado em Felinster, era o cheiro dela, claro, então segui, sem usar minhas visões convenientes pra enxergar ali.

Alcanço a cama, suas asas estavam ambas atrás de suas costas e seu corpo estava de frente pra mim.

Ergo as cobertas e me enfio debaixo das mesmas.

Escutando sua respiração, envolvido no seu cheiro, é assim que desmaio: com sono repentino.

.

Acordo com o cheiro da bala de mentol, Kent...

Estico as mãos e sinto sua pele quente, sinto meu coração desacelerar e tensar. Eu não deveria tocá-lo.

Sua pele era macia e suave, engulo em seco e deslizo a mão sob seu abdômen a encaminhando pras suas costas enquanto minha outra mão permanecia quieta em seu peito.

Superman... - Ah, e põe "super" nisso, e...caramba! Muito "man" mesmo, uau...Onde histórias criam vida. Descubra agora