Sou colocada de pé no chão com delicadeza.
— Acha mesmo boa ideia eu ficar aqui? Não fui muito com sua cara. - Digo olhando ao redor.
— Mas foi com minha bunda. - Diz debochado adentrando uma porta.
Minhas bochechas com certeza estavam coradas, o calor e o latejar no meu rosto indicavam isso.
O lugar era organizado e simples, bem espaçoso.
Me jogo no sofá ignorando sua fala, logo ele volta vestindo uma calça de moletom e blusa branca, nada de traje.
Ele era lindo, lindo, lindo, lindo e gostoso.
— Deveria me sentar pra você me admirar melhor? - Pergunta risonho e eu revuro os olhos.
— Acho que é ao contrário, você quem me trouxe pra sua casa. - Digo fazendo um bico debochado.
Ele revira os olhos e se joga ao meu lado no sofá.
Senti me corpo estremecer ao ver seus olhos revirando, franzi o cenho.
O que raios está me acontecendo?
— Faz quanto tempo que está na Terra? - Pergunta olhando para mim, mantendo contato visual, sinto que era mania dele e não gostei nadinha, parece que ele vê minha alma.
— Um ano, e você? - Respondo desviando o olhar para a sacada de vidro.
Ele se vira pra lá também, como se não se importasse de eu desviar dele.
— Trinta e dois, desde que era um bebê. - Responde calmo, vejo pela visão periférica seu olhar para o horizonte além da sacada, nostálgico e tranquilo.
— Uau, você é bem velho, não parece. Você deveria envelhecer melhor. - Digo assentindo pra mim mesma e ele me olha estupefato no mesmo segundo.
Ele não responde, apenas encara meus olhos cinzas e céticos, logo cai na gargalhada jogando a cabeça para trás, fazendo as lindas ondulações dos seus fios sacudirem diante dos pequenos solavancos da sua gargalhada.
Lindos lindo, lindo, minha mente gritava me estressando.
— Mas e então, como era seu planeta? - Pergunta após se acalmar mas ainda risonho.
— Tínhamos muitos eventos culturais e uma sistema muito organizados e seguido por todos. Não haviam construções como aqui, nossos prédios eram árvores gigantes escupidas para serem uma casa, e não se engane, elas não morriam por isso, após a construção elas cicatrizam e se gostarem de você: até proveem coisas, como frutos dentro da sua casa ou atraem vaga-lumes tornando desnecessário o uso de outros meios de iluminação. - Digo lembrando dos nossos lares sem olhar diretamente para o homem que piscava freneticamente diante das informações.
Dificilmente uma árvore não gostava de seu habitante, mas quando ocorria: era cômico.
Mas quando elas gostavam demais: era injusto, elas mimavam seus habitantes até o vizinho dizer chega e dar no pé.
— Não tínhamos guerras, mas tínhamos eventos marciais e jogos bem violentos anuais para descontar a raiva que sentíamos uns dos outros as vezes. Isso para evitar guerras, não haviam inimigos, apenas rivais mas não como aqui que você ignora ou despreza, sim do tipo que você se gaba de uma nova façanha e depois falam sobre diversas coisa e no final decidem que seram melhores, pois você os admira mas sente que ser melhor seria demais. - Dou de ombros lembrando da minha família, do meu povo.
— Isso soa muito irreal. Parece vindo de um conto de fadas. - Diz encantado, seus olhos arregalados, pasmo: fofo.
A campainha toca e eu vejo ele tensar da cabeça aos pés.
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Superman... - Ah, e põe "super" nisso, e...caramba! Muito "man" mesmo, uau...
FanfictionEla estava em uma situação difícil, ele resolveu ajudar, pobrezinho... Felinster não gostava de criar laços, estando na sua situação atual, além de ser difícil criar um: era perigoso também. Mas então, um ser inesperado traça nós na marra, bom, ele...