Capítulo 5

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Na televisão tocava Want you - Oxlade enquanto eu lavava a casa pois um cheiro doce enjoativo rondava por todo lugar, estava me incomodando.

Sequei tudo depois de lavar, dobrei as roupas já lavadas e secas.

Wild Thoughts cantada por Rihanna tocava, eu estava extremamente animada fazer aquele purê de batatas, o feijão - coisa que eu aprendi a fazer depois de um tempinho na Internet - fervia já temperado, o cheiro era maravilhoso...

A calça de pijama do Kent servia como um calção vestido pra mim, depois de dobrar os pés da mesma para não arrastar no chão, era ótima pra dançar!

A porta é aberta depois de duas batidas e o grandão aparece, abaixa retirando os sapatos depois de fechar a porta.

— Hey, quanta animação! - Diz risonho enquanto fica por cima de mim querendo ver o quê estava fazendo em frente a pia.

— Saia daqui! - Digo ficando por cima das batatas tentado impedir que ele as visse, ele riu saindo com as mãos erguidas em rendição.

— Certo, certo. Irei tomar um banho, acho bom isso estar pronto quando eu voltar. - Diz brincalhão me olhando com os braços enormes cruzados sobre o peito em sinal de marra.

— A vai pra- Eu ia dizendo mas ele jogou algo em minha boca, arregalei os olhos surpresa e logo mastiguei, docinho de brigadeiro.

Me calei mastigando enquanto voltava a fazer o purê e ele ia pro quarto.

Sorri contida, que doce bom!

Quando está tudo pronto eu arrumo minha comida e me sento, o Kent aparece instantes depois.

— Que garota obediente! - Diz calmo e eu ri.

— Cuidado, alguém pode acreditar.- Sussurro brincalhona olhando para os lados como se checasse que não havia ninguém.

Ele comprime os lábios me olhando divertido.

Comemos quietos e quando termino de beber meu suco olho pra sacada, observando a cidade presa em pensamentos aleatórios.

— Olha... Você cozinha tão bem...- Diz depois de terminar de comer chamando minha atenção.

— Obrigada, Kent.- Digo leve ainda olhando pra sacada.

— Me chame de Clark.- Ele diz, a voz sempre tão envolvente.

— Hm... Okay. - Respondo enquanto me levanto indo lavar o que usei.

— Deixa que eu lavo. - Diz me ultrapassando, dei de ombros e coloquei as coisas na pia.

— Hoje vai ter uma tempestade. - Comentou enquanto lavava as coisas de costas pra mim, eu estava na sala jogada no sofá quase dormindo ali.

— Suponho que todos os cidadãos daqui saibam disso? - Pergunto calma olhando meus dedos dos pés.

Minhas costas ardiam como o inferno, mas não dei atenção, eu tinha dores frequentes desde que cheguei neste planeta, deveria parar com o tempo.

— Sabem, a cidade está em toque de recolher desde a hora que cheguei em casa, para voos ou qualquer meio de transporte proibidos durante a tempestade, acho que será a primeira vez que provavelmente irei passar sem comoção. - Comenta aliviado e divertido.

Sorri escutando e sentindo sua animação, que estanho... Mas era bom.

Eu estava soando frio, não queria pedir ajuda, ele está animado põe finalmente apreciar um tempo sem comoção, não queria estragar isso.

— Sabia que na Terra também há diversos seres tão surreais quanto nós que viemos de outro planeta? Mas eles se escondem muito bem, portanto, os humanos não sabem tanto deles. - Comenta informativo e leve, mantendo uma conversa natural.

— É irônico que nos descubram facilmente e não descubram os do seu próprio planeta. - Comento em um tom irônico, o Kent bufa em concordância enquanto seca as mãos e vem em minha direção.

— Pois é. - Diz conformado se sentando ao meu lado e como sempre seus olhos buscam os meus, seus olhos se arregalam quando batem em meu rosto e finalmente olhando nos olhos dele arregalo os meus também, espelhando sua reação por puro reflexo.

— O quê foi? - Pergunto curiosa olhando para trás de mim caçando seja lá o quê for.

Uma mão macia segura meu queixo me fazendo sobressaltar levemente, meu rosto é virado pra ele.

Ainda segurando meu queixo entre os dedos, sua outra mão empalma minha bochecha e logo meu pescoço, arrepio ainda mais, mas estava surpresa demais para xingar aquele ser.

— Você está queimando de febre! Tão vermelha que parece uma cereja! - Ele diz sério, me repreendendo com os olhos preocupados.

Tombo a cabeça para o lado com seus dedos ainda segurando meu queixo.

Que fofo ele era.

— Ocorre com frequência, não se preocupa. - Digo calma tentando soar o mais decente possível pra mim ao me comunicar.

Ele comprime os lábios.

— Está até sendo educada, assustador! - Diz rápido e pasmo enquanto me ergue em seus braços.

Posta em uma cama macia segundos depois, tenho na palma da minha mão comprimidos e um copo de água.

— Tem algum lugar doendo? - Pergunta enquanto coloca uma vasilha com água e um pano na cômoda que fica ao lado da sua cama aonde estou.

Fico quieta o olhando irritada, eu já falei que não era nada de outro mundo!

— Desembucha! - Exige impaciente concluindo em um bufar pra mim.

— Minhas costas, parecem ter agulhas perfurando e lava quente derretendo dentro e fora delas. - Digo contra gosto e ele assente sério.

— Levante a blusa e deite-se de bruços. - Diz suave e comprimo meus lábios, teimoso.

Fico de costas para ele e tiro a blusa de uma vez me deitando de bruços com os braços flexionados ao lado da minha cabeça, escuto seu engasgar, sorri maldosa.

Minutos de silêncio rondam por ali até eu sentir algo frio ser despejado sobre minhas costas, sinto minha coluna tensionar tentando arquear mas me esforço para ficar quieta, sería constrangedor empinar a bunda pra ele!

"Ah, então tirar a blusa sem estar usando nada por baixo pode?" Pode, pois na minha mente é atrevido e um ato de implicância e não indecência!

Mãos grandes empalmam minhas costas, eu era tão pequena em comparação à ele que me sentia uma formiga.

Estremeci totalmente enquanto suas mãos desciam e subiam por minhas costas, solto um gemido de dor e alívio enquanto ele continuava a massagem.

Ainda sentia a sensação de algo cortando minhas costas, mas havia aliviado muito, muito mesmo, ao ponto que dormi.

Superman... - Ah, e põe "super" nisso, e...caramba! Muito "man" mesmo, uau...Onde histórias criam vida. Descubra agora