1. O fim e o começo

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O fim é sempre desesperador.

Sombrio.

Angustiante.

Sufocante

Doloroso.

É quando pensamos que não teremos mais um recomeço, quando achamos que tudo se acabou.

É como um castelo de cartas, desmoronando diante dos nossos olhos em um intervalo do piscar de olhos.

É tão rápido, que sua mente demora a processar.

Eu namorei um único cara na vida, ele era meu melhor amigo desde a infância.

Crescemos juntos entre brincadeiras e risadas.

Quando chegamos na adolescência, percebi que tinha uma forte atração por ele. No começo não entendi, os sentimentos eram confusos.

Explorei minha sexualidade e me assumi bissexual aos 16 anos.

Aos 17 eu me declarei para meu melhor amigo, ele me correspondeu e namorávamos desde então.

Ele continuou sendo meu melhor amigo, e minha irmã gêmea continuou sendo minha melhor amiga.

Meus pais aceitaram de boa e minha irmã era a que mais torcia por nós dois.

3 anos depois, agora com 20 anos, resolvi aparecer de surpresa na casa do meu namorado.

É engraçado, quando eu assistia filmes ou seriados que a pessoa descobria a traição, eu ficava indignado em como as pessoas ficavam atômicas.

Sempre disse que se um dia eu descobrisse uma traição, eu provavelmente surtaria, quebraria tudo, chingaria meu namorado e o amante.

Mas é engraçado como a vida nos surpreende.

Assim que entrei na casa do meu namorado, já podia ouvir sons estranhos, mas bem conhecidos por mim. Eu não quis acreditar, até abrir a porta do quarto dele e o pegar no flagra junto com minha irmã gêmea.

E eu não fiz nada do que eu sempre disse que faria. Apenas olhei para meus melhores amigos tentando se esconder debaixo do lençol.

-A'amor! N'não sabia que viria aqui h'hoje- gagueja meu até então, namorado.

Eu apenas continuei olhando para os dois. Minha irmã parecia envergonhada, mas não arrependida.

A ficha ainda não tinha caído. Eu não conseguia acreditar que meu namorado estava realmente me traindo, ainda mais com minha irmã gêmea.

-só me diz o porquê- digo olhando em seus olhos com a expressão impassível. Não iria chorar, não ali.

-e'eu . . . Não sei dizer- dá de ombros- a verdade é que eu nunca realmente te amei. Sempre achei a Katara mais atraente. E quando você se declarou pra mim, eu não consegui te dispensar, era só por um tempo e eu inventaria algo para terminarmos. Mas aí eu acabei me acostumando com você. Só que meu desejo por Katara cresceu a cada dia mais, e eu não consegui resistir.

-a quanto tempo?- pergunto com minha voz tentando falhar.

-2 anos- sussura Katara.

Apenas assenti com a cabeça. Não havia nada que eu pudesse fazer ou falar. Se eu gritasse com eles, quebrasse o quarto, eu iria deixar de ser corno? Iria mudar alguma coisa?

Olhei para o anel em minha mão. Tudo não passou de uma mentira. Eu namoro com o Fuyuki há 3 anos, e ele está com minha irmã há 2. Como pôde?

Tirei o anel do meu dedo e coloquei na mesinha ao lado da porta. Virei meu corpo e saí do quarto sem olhar para trás.

Lição Número 2: Não Se Apaixonar Onde histórias criam vida. Descubra agora