Diego
Estou em mais um dia nessa escola, finalmente o ano terminou e hoje é o último dia, estava indo para o intervalo, e vi o Vitor de longe, estou apaixonado no irmão da minha melhor amiga, nunca contei isso pra ninguém, mas desde que temos 12 anos, eu comecei a ter sentimentos por ele, acho muito fofo o jeito que ele sorri, a personalidade dele, o quão estudioso ele é, sempre tive fama de pegador, apesar de não ser tão pegador assim, contínuo andando em direção ao refeitório, até que sinto Vitor esbarrar em mim, derrubando todos os seus livros no chão.
-Ah meu Deus, me desculpa Diego, eu não vi você- o garoto pede desesperadamente.
-Ta tudo bem, deixa eu pe..- paro de falar quando nossas mãos se encostam, ele me olha com um olhar angelical, e um pouco culpado, e logo tira a mão de baixo da minha.
-obrigado Diego- vejo o mais novo corar.
-Por nada Vi- chamo ele pelo apelido dele.
Me afasto dele, e sigo para o refeitório, quando chego lá, vejo Laura vindo em minha direção.
-bom dia, Laurita- falo e ela olha furiosa pra mim.
-Quando planejava me contar que está gostando do meu irmão?- ela diz e eu arregalo os olhos.
-E-Eu não gosto do seu irmão- droga, gaguejei.
-Não adianta esconder, Diego, eu sei que você gosta dele.
-Ta tá, mas como você descobriu? e fala baixo, vai que ele escuta.
-Tem um coração no seu caderno com as iniciais D+V e um "queria que você fosse meu, Vitor, queria te ter nos meus braços a noite, meu garoto" Porra, pelo menos disfarça melhor- ela diz e eu fico em choque.
-Laura, por que mexeu no meu caderno?- pergunto desesperado.
-Amore, você deixou o caderno aberto em baixo da mesa, eu só peguei pra fechar, e se alguém ver?- ela pergunta e eu abaixo a cabeça.
- A quanto tempo vc gosta dele?- ela pergunta.
-tive certeza que gostava dele com 14 anos- falo e ela me olha.
-faz bastante tempo né- ela fala.
-sim, mas eu tenho certeza que ele acha que eu sou hétero, e que gosto de você.- falo e ela arregala os olhos.
-ah Diego, eu não sei, meu irmão anda meio estranho ultimamente, tá mais sensível que o normal,tudo ele chora, aquele dia que você foi em casa, quando fomos assistir o filme de terror e você me abraçou naquela cena, que eu senti medo, ele foi pro quarto e começou a chorar, ele teve até uma crise de pânico, ele não conta mais nada pra mim, só fala com a sua irmã, foi até ela que me contou dessa crise, eu vi ele com um moletom seu que você esqueceu lá, e quando perguntei por que ele estava usando, ele não respondeu, só tirou e deixou em cima do sofá- Laura terminou de falar e eu vi o Vitor e a minha irmã entrarem no refeitório, ele estava com um sorrisinho de canto, mas logo se desfez quando me viu com a irmã dele.
-Olha, ele estava sorrindo até a hora que me viu com você aqui- falo para Laura que acabou de dar uma mordida na maçã.
-Ah Di, você não vai passar o natal lá em casa? Eu poderia te ajudar a se declarar para o meu irmão- ela diz como se fosse simples.
-Falar é fácil né Caccini, o difícil é fazer, enfim, chega de falar de mim, você está ficando com a Catherine ainda?- pergunto e ela sorri boba.
-Estou, nada sério, apenas estamos ficando- ela diz e cora.
-Para de mentir, te conheço faz 10 anos, você gosta dela- falo e ela me olha indignada.
-Larga de ser insuportável Foster, mas tá, talvez eu goste dela- ela diz envergonhada.
-Eu sabia.- falo
-Afinal, você vai passar o natal em casa né?- ela pergunta.
-Sim, vou passar o natal com vocês- falo e ela sorri como uma criança que acaba de ganhar um doce.
-Essa cara de tonta só por que eu vou passar o natal com vocês?- pergunto.
-Sim né- responde.21/12.
Hoje é dia 21, e eu já estou na casa dos irmãos Caccini, estava andando pelo quintal quando vejo Vitor em baixo de uma árvore, lendo um livro com muitas lágrimas escorrendo.
-O que aconteceu, Vitor?- pergunto preocupado.
-Nada não- ele limpa as lágrimas rapidamente.
-Não se chora por nada, meu bem- falo.
-Só o personagem do meu livro.. que é apaixonado por um garoto, mas o garoto gosta da irmã dele- ele diz e eu entendo a referência, ele chora cada vez mais.
-Não, não precisa chorar- coloco o marca página dele no livro, e fecho o livro, dando um abraço apertado nele, segurando ele em meus braços.
-Ja passou, eu estou aqui- faço carinho no cabelo dele.
Depois de uns minutos, ele parou de chorar e se acalmou, mas eu não queria que ele saísse de meus braços.
-Você é incrível Diego, obrigado por me acalmar- ele sorri fraquinho e eu beijo a testa dele.
-Sempre que tiver uma crise e não saber pra onde ir, pode me procurar, eu vou te acalmar- falo e ele sorri.
Ele pega o livro e continua lendo, e eu volto a andar no quintal, eu queria tanto poder ficar sentado com ele, queria que ele ficasse lendo sentado no meio de minhas pernas, com as costas em meu peitoral, mas eu não posso fazer isso.. não ainda.
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Um natal quase perfeito.
RomantizmEsse conto começa no dia 01/12, antes das férias, Vitor é um garoto de 16 anos, que tem um crush em Diego, melhor amigo de sua irmã mais velha Laura. Laura conheceu Diego quando tinha 8 anos e eles ficaram inseparáveis, quando Vitor completou 12 ano...