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Segunda e terça o bar não abria, o que significava que eu tinha folga.
Havia acabado de chegar da faculdade, e eram 14h. Como não tinha nada para fazer o resto do dia, eu marquei de sair com a Raquel. A gente ia ao shopping, no próximo mês eu tinha uma festa na faculdade e precisava de um vestido.
Desci as escadas e caminhei até a cozinha para pegar um copo d'água.
Os meus dias tinham sido incríveis, no dia anterior eu consegui ficar um pouco com o Dan. Nós conversamos, e consegui ver que ele não estava puto comigo. Por mais que meu trabalho fosse cansativo, eu estava conseguindo dar conta. E as minhas notas na faculdade estavam ótimas. Ou seja, não tinha nada para reclamar e achava meio difícil algo estragar tudo isso.
— Pai, oi — disse, sorrindo.
— Oi..
Abri a geladeira e acabei pegando um suco ao invés da água.
— Aconteceu alguma coisa? — perguntei, colocando a garrafa de suco em cima da ilha da cozinha e abrindo-a.
— Eh, tem... eu preciso te contar uma coisa — sua voz saiu trêmula.
Me servi um copo de suco.
— Diga, o que houve?
— Bom, há alguns meses, eu peguei alguns carros com o Leister.
— O que? Você é maluco, pai? — quase engasguei com a bebida.
— Continuando, eu tô devendo quase que um milhão para eles. E como você sabe, a concessionária não está dando lucro. E se eu não pagar, eles me matam.
— Pai! — o repreendo. — Como você pôde? Como pretende pagá-los? — apoei minhas mãos no balcão.
— Eu ia deixar para que ele te contasse, mas isso ia ser pior do que já está sendo. Antes de tudo, me perdoe. — ele disse, os olhos marejados.
— O que você fez?
— E-eu disse que você poderia trabalhar para ele.
Esquece o que eu disse há um minuto atrás.
Um minuto. Um minuto já é o bastante para estragar a vida de uma pessoa.
O meu próprio pai fez isso comigo. Ele me vendeu para poder pagar a porra das dívidas dele. O que eu tinha a ver com essa merda toda?