Enemies to Lovers

𝑪𝒉𝒂𝒑𝒕𝒆𝒓 𝑵𝒊𝒏𝒆

Abro meus olhos com a luz do sol invadindo meu quarto. Passo a mão no meu rosto e me espreguiço, por mim, eu passaria o dia todo aqui, nessa cama. O tempo está chuvoso, um bom motivo para não sair de casa. Mas infelizmente, tenho que ir trabalhar.

Pego meu celular e vejo que hoje é dia vinte e oito de março, hoje completa um ano desde que minha mãe faleceu.

Levanto meu braço e passo meus dedos por cima da tatuagem que fiz para ela, não é nada muito extravagante, ela é bem pequena. Tá escrito mãe com um coração ao lado.

Todo dia vinte e oito eu gosto de ficar sozinha, mas nesse não vai ser possível.

Me levanto, arrumo minha cama e caminho até meu closet. Pego uma caixa branca, na última prateleira e volto para a cama, me sentando. Abro a caixa e vejo várias cartas que escrevi para a minha mãe ao decorrer desse um ano em que ela não esteve aqui, essa foi a forma que achei de me conectar com ela e também fugir um pouco da realidade. Mas faz algumas semanas que não a escrevo, então pego um caderno de dentro da caixa e uma caneta. Dobro minhas pernas e começo a escrever.

Querida, mãe.

Eu nem sei quanto tempo que não a escrevo, mas minha vida está tão turbulenta.
Vou começar do começo. Meu pai me vendeu para poder pagar a dívida dele, e foi para o Nicholas Leister. No começo, eu fiquei muito puta, não queria aceitar, mas depois eu não tive saída, porque se eu não aceitasse, eles matariam meu pai e eu não ia deixar que isso acontecesse. Sei que se a senhora estivesse aqui, você não deixaria que isso acontecesse.
Mas, até que agora, eu estou me acostumando com essa nova vida. Tirando o Nicholas, o pessoal daqui é bem gente boa. Acho até que já fiz uma amiga, o nome dela é Jenna, ela é doidinha, mas muito legal. Você iria gostar de conhecê-la.
Nicholas não é o pior cara do mundo, mas as vezes, ele não entende que para mim não é fácil. Nem mesmo o Dan eu posso ver. E meu pai, faz tempo que não o vejo. Ele nem me ligou para perguntar como estou, as vezes, tento ligar para ele, mas só dá caixa postal, então até desisti.
Eu sinto sua falta, mãe. Queria poder abraçá-la por uma última vez. Eu te amo.

Com amor, Noah.

Uma lágrima cai do meu olho, molhando a folha. Seco-a e guardo tudo dentro da caixa. Troco de roupa e desço para a sala.