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Abro meus olhos com a luz forte do sol que reflete para dentro do quarto. Me viro para Noah e a vejo dormindo de bruço, com suas costas nua virada para cima. Afasto um pouco o edredom e beijo sua nuca.
— Hm. —ela resmunga
— Bom dia, princesa. —digo, baixo
Ela se vira devagar, ainda com os olhos fechados.
— Que horas são? —ela pergunta, bocejando
— Quase 10h.
— Nossa! A gente dormiu tanto assim?
— Pois é. —sorrio— Estava pensando em irmos almoçar fora hoje, o que acha? Não vou ter você à noite. —adentro minha mão no edredom e acaricio sua barriga
— Pode ser.
***
Tomamos café da manhã juntos, e agora estamos fazendo hora até o almoço.
Noah está muito mais à vontade agora, acho que agora eu consigo entendê-la. Realmente deve ter sido muito difícil no começo, e comigo não ajudando, deve ter sido pior ainda.
— O que está fazendo? —pergunto, me sentando ao lado dela no sofá
— Fazendo uns resumos para as provas. —ela diz
— Qual matéria?
— Anatomia.
— Como você descobriu que queria fazer medicina?
— Eu não queria... —ela fecha o notebook— Isso foi mais uma vontade do meu pai.
— E se não fosse medicina, qual outra faculdade você faria? Mas que fosse da sua vontade?
Noah coloca o notebook em cima da mesa de centro e deita no meu colo.
— Eu acho que alguma faculdade de letras. Gosto de escrever.
— Eu sei. Vi seu caderno um dia.
— Você leu?
— Não. Mas é uma história ou cartas para alguém?
— São cartas... —ela dá uma pausa— para a minha mãe. —ela completa
Eu não consigo nem imaginar a dor que Noah sente, imagina perder a mãe tão nova assim? Deve ser horrível!
— Podemos falar sobre outra coisa? —ela pergunta, em um tom desanimado
— Sobre o que quer falar?
— Sobre a sua irmã. —ela sugere— Quando vou conhecê-la?
— Bom, eu tenho que marcar um dia para ela vir.
Ela balança a cabeça, concordando.
Noah se levanta e senta no meu colo, colocando suas pernas ao redor da minha cintura.
