Capítulo 12 - Doida por absinto

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Eu já estava totalmente armada com os meus saltos pretos, saia lápis e uma blusa de manga cumprida, pois aquela noite estava fria.

"Mas, Evellyn, e as suas pernas? Não irá sentir frio nelas?" Eu sei, eu sei, voz com quem travo esse dialogo mental. Mas veja por esse lado, nós mulheres guerreiras, que saímos em noites frias para não pirar dentro de nossas casas, estamos pouco nos lixando para o frio que sentimos em nossas pernas!

Eu parei com o meu carro pequeno e que estava com a cor meio desbotada por ser de segunda mão em frente ao bar do tal Joaquim. Olhei para ele e o mesmo estava do mesmo jeito em que me lembrava da última vez que estive aqui com o Nikita. Eu estava no momento travando uma batalha interna entre ir e não ir, afinal, ainda é meio da semana e eu tenho que estar de pé no dia seguinte; esse é o meu lado que ainda raciocina falando; já o outro lado, estava muito empolgado porque isso me fazia lembrar da época em que eu ainda fazia faculdade e todos os dias em que saia daquele inferno ia direto para uma balada encher a cara. Tá, talvez não seja tão legal quando eu digo assim desse jeito, talvez soe um pouco triste, talvez. 

E foi seguindo o meu lado "Evellyn maloqueira que não liga para se vê a luz do dia seguinte ou não", que eu logo tratei de encaminhar o meu projétil de carro em direção do estacionamento do local.

Sai do meu carro com a minha melhor postura de quem não estava nem um pouco desesperada e fui em direção do pequeno bar. 

No caminho tinham alguns tiozões metidos a motoqueiros, se eu senti medo? Não. Na minha cabeça, todas as pessoas daquela pequena cidade se conhecem, então, logo eles devem conhecer todos os ladrões e possíveis estupradores, por isso, eles logo não existem naquele local. Faz sentido? Talvez não, mas mesmo assim eu só fui em direção do bar de cabeça erguida pensando em todas as possibilidades de bebidas que talvez eu não encontrasse ali porque no máximo eles só devem beber cerveja e pinga por aqui.

Eu abri a porta do pequeno local dando de cara com alguns senhores de idade jogando cartas em um canto, pouca iluminação e rock dos anos setenta ao fundo.

Sorri com aquilo, parecia uma coisa que acontecia todos os dias, coisa do cotidiano deles. Logo em seguida fui em direção ao pequeno bar cheio do que pareciam opções de bebidas.

— Boa noite – Falei para o que parecia ser um menino no auge da sua juventude do outro lado do balcão, digo auge da juventude porque ele estava cheio de pequenas espinhas no rosto.

Onde está o meu barman gostosão?!

—Boa noite, o que vai querer? – Ele me perguntou sorridente.

— Quantos anos  você tem? – Eu perguntei e ele me olhou sem entender. — Desculpa, é que eu fiquei curiosa, você tem idade para mexer com bebidas? – Perguntei sussurrando para ele. 

Não é surpresa para ninguém que sou uma bela de uma enxerida, apesar de que prefiro o termo curiosa.

— Tenho dezenove anos, senhora. – Ele respondeu rindo.

Eu dei risada junto, mas não sei se foi porque eu realmente sou uma total idiota ou porque me senti completamente ofendida com ele me chamando de senhora.

— Não parece – Falei enquanto olhava para a enorme estante atrás dele. — Qual a sua bebida mais forte? Sabe, aquela que vai me fazer acordar amanhã querendo nunca mais beber na minha vida.

Ele deu mais uma risada da minha cara e, eu olhei meio ofendida para ele. Ás vezes, ou sempre, eu não sei à hora de parar de falar.

— A nossa bebida mais forte é o absinto, creio eu. – Eu olhei surpresa para ele, pensei que ele diria algo como corote. 

Doida Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora