chega um certo
instante do dia,
em que eu sou um
item.já não dá mais
para identificar
o que é móvel
e o que sou eu.a única vida
é o cachorro
que passeia cansado
com a tristeza da solidão
por ter sido abandonado por mim.desce as escadas
e me olha nos olhos
como quem encara um caixão
e não reconhece o ente querido ali
porque sem a pele fica difícil mesmod
e
s
p
e
n
c
a
ao perceber que aquela caveira
morta há anos
um dia foi sua dona feliz
e, ali, depois de tropeçar na escada
e machucar sua patinha
toma o susto de ver
um it uma caveira um móvel
se mover para levá-lo ao hospital veterinário.– uma quarta-feira qualquer.
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a dor que mora em mim
Poetryquando a dor se recusa a ir embora, o que resta é a poesia. talvez essa ferida que faz moradia precise de um bom poema para ser identificada e começar a ser tratada. eu, como poetisa, procuro te ajudar no seu processo de cura através do meu. *o livr...