trinta e oito.

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nem sempre eu sei o que escrever
às vezes a dor e o vazio
não possuem linguagem
são compostos por silêncios
que com olhares fracos
imploram por um fim

e eu fico aqui esticada na cama
esperando por um milagre
por uma serotonina ou uma endorfina
que possam cair do céu
como resposta de misericórdia
às lágrimas que caíram
na escuridão da noite

nem mesmo um ruído de dor
consigo soltar como tentativa
de aliviar tudo que sinto
meu peito não deixa
com todo esse peso é difícil
soltar qualquer vogal ou consoante
qualquer mínima onda sonora

então vejo que meu fim é terrível
meu fim é não ter fim
é viver num ciclo infindável
doloroso, tenebroso, horroroso
que me faz implorar mentalmente
para quem quiser me ouvir:

socorro, por favor.

a dor que mora em mimOnde histórias criam vida. Descubra agora