A chegada de um rival

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Eu gostava da idéia de sermos uma família. Naquela época eu imaginava a vida como uma brincadeira de criança, onde a July era a irmãzinha caçula, eu era o “papai” e a Charlotte era a amável e doce “mamãe”.
Eu sem perceber comecei a despertar sentimentos amorosos por ela.
- To-tome essas flores que e-eu peguei nos campos da igreja... São pra v-v-você!!! – ensaiei na frente do espelho do meu quarto, me preparando pra entregar aquelas rosas para a Charlotte.
Uma sombra chegou sorrateiramente por trás de mim.
- Eu não sei pra quem você quer entregar essas rosas, mas se fica gaguejando em frente ao espelho... Quando for entregar você pode acabar tendo um infarto...
- Charlotte!!! Eh... Você está certa... Eu vou jogá-las fora e desistir.
- Você tem que ser mais persistente, e seria um desperdício jogar essas rosas fora. Se for jogar eu fico com elas
- V-v-você quer? Claro! Pode ficar com ela...
- Obrigada! – Ela cheira as rosas e sorri, fechando lentamente os seus olhos. – Que aroma gostoso!
Isso já serviu pra me animar.
- Que bom que gostou! – sorri corado.
Ela era tão linda e gentil... Era como um anjo na terra.
Me lembro das noites em que eu ia dormir e ficávamos cantando baixinho através das paredes dos dormitórios pra que July fosse dormir. A voz de Charlotte era leve e aí mesmo tempo impactante, marcante... Linda.
Mas um dia, ela saiu para roubar frutas como de costume, porém ela voltou com um pirralho junto a ela, e logo eles ficaram íntimos. Isso me deixava furioso, mas eu nunca demonstrei nada.
No dia do pique esconde eu ouvi... Uma coisa que me desconcertou.
- O quê você acha de mim?
Quando eu ouvi essas palavras soarem, elas ecoaram por todo o meu corpo, me deixando imóvel.
Ele bateu a cabeça na mesa da qual eles estavam.
- Ai ai... Eu acho que... Eu te amo...
Por essa eu não esperava! Eu não esperava que ele fosse tão direto!!! Ou ele é muito besta, ou um completo imbecil retardado, este “ANIMAL DE TETA” teve uma reação que me fez ficar em dúvida comigo mesmo, eu não sabia se eu ria, ou chorava...
Charlotte também bateu com a cabeça.
-Ah...
Eu ouvi um som de beijo...
Nesse momento eu simplesmente não pude conter minhas lágrimas, e o pior de tudo, é que ninguém estava errado! Eu fui muito lerdo, eu fui muito bobo como sempre.
Apenas enxuguei minhas lágrimas e resolvi mentir pra mim mesmo, fingindo que nada tinha acontecido, decidi negar meus sentimentos...
- Achei vocês... Estão embaixo da mesa!!!
Antes eu o via como um rival, mas naquele momento eu entendi que não se trata de ser o primeiro, se trata de... Amor

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