A morte de um rival, a chegada de um irmão

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Desde aquele dia, eu passei a guardar certo rancor dele, mesmo sabendo no fundo eu estava sendo idiota... Pra variar.
Devido a isto, eu sempre o evitava, e então, em uma tarde meio nublada, ele veio até mim, quando eu estava sozinho no meu quarto.
- Oi
- Cara... eu realmente devia trancar essa porta! Ninguém bate nessa porta, sempre vão entrando no meu quarto e... – Percebi que estava demonstrando raiva na frente do meu inimigo. – Ah, me... Me desculpe. Eu só estou um pouco estressado.
- Entendo, e desculpa... Da próxima vez eu bato na porta.
- Obrigado. – Na verdade, aquela gentileza dele comigo me deixava bravo. – O que você tá fazendo aqui?
- Quero falar com você!
- Comigo? Por quê?
- Percebi que você anda meio distante, e eu quero dizer que... Eu sei que você também ama ela!
- D-d-do quê você tá falando?
- Essa sua reação comprova minha teoria...
- V-você está enganado
- Escute... Por mais que eu a ame, é só mais um amor não correspondido. Eu sei que você nos ouviu naquele dia, eu também sei que você não gosta nem um pouco de mim...
- Isso não é verdade, eu só fico um pouco frustrado...
- Eu não vou roubar nada de você, eu só queria fazer parte de uma família também... Eu te vejo como um irmão, pois você tá sempre se preocupando com os outros, você é muito melhor do que eu como pessoa... Você tem meu total respeito, mas eu sei que sou indesejado aqui. Eu não quero atrapalhar em nada, então se você quiser eu posso sai...
- Não... Eu não te odeio, eu apenas tenho medo de perder tudo, vocês são tudo que eu tenho... Eu nunca te vi como inimigo inimigo, e sim como rival.
- Então eu de fato sou uma pedra no seu caminho?
- Eu não terminei de falar... Eu vejo o quanto você se importa com ela, se for pra perdê-la pra alguém, que seja pra você... E eu gostei da idéia de sermos irmãos.
Ele deu um sorriso. – Ok, espero que agora nós possamos nos entender melhor. Até logo... Onee-Sama
Ele correu para fora do quarto sorrindo feliz, me deixando sozinho
Naquela época, eu era só um garoto medroso, que reprimia seus sentimentos. Eu era um alvo fácil, que caia nas minhas próprias armadilhas. Naquela noite eu me tranquei no quarto, e passei a madrugada chorando, lamentando a perda da minha amada, e comemorando a chegada de um irmão.

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