Minha cura - Joaquín Piquerez

22.

⚠ Aviso: Esse capítulo contém cenas que envolvem agressão e palavras de baixo calão (colocarei um "🔞" quando essas cenas acontecer). Se for sensível, recomendo que continue a leitura a partir desse emoji "⚠️".

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Espero que gostem, boa leitura!!

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Isabelly Cavalcante

[🔞]

Eu estava em completo choque. As palavras simplesmente não saíam da minha boca.

— Sentiu minha falta, gracinha? – Meu ex namorado, Daniel, fala segurando meu rosto com força.

— M-Me solta.. – Minha voz falha.

— Soltar? Pra que? Se eu tenho minha bonequinha de volta.. – Ele lança um sorriso maldoso para mim. – Achou mesmo que nunca mais ia me ver?

Ele se aproxima de mim, tentando a todo custo, tocar em meu corpo.

— Tira a mão de mim! – Grito me esquivando.

Mas, foi a pior coisa que eu fiz...

— QUEM VOCÊ PENSA QUE É, PRA GRITAR COMIGO, SUA VAGABUNDA?! – Sinto um tapa ser desferido em meu rosto. – SÓ PORQUE TÁ COM VIDINHA DE MADAME, ACHA QUE TEM DIREITO DE MANDAR EM MIM?

Fecho meus olhos com medo, vulnerável.

Daniel agarra meu pescoço, desferindo tapas e socos pelo meu corpo. Sinto o mesmo dando chutes nas minhas costas, costelas, barriga, tudo, sem uma única exceção.

Como se já não bastasse, ele me joga no chão, como se eu não fosse nada.

A dor é tão grande, que eu mal consigo me mover, muito menos chorar.

— O que você quer, Daniel? – Falo quase em um sussurro.

— Você acha que é tão fácil assim? – Ele gargalha. – Larga aquele seu namoradinho e venha viver comigo! – Daniel fala em tom de desprezo.

— Daniel, para com isso, nós não temos mais nada... – Respiro fundo.

— Eu voltei, por você, por nós dois.. – Ele se aproxima de mim, acariciando meu rosto.

Daniel é um cara possessivo, controlador e manipulador. Quando estávamos juntos, ele sempre tentava abalar o meu emocional, para que eu não largasse ele.

Foram anos sendo manipulada por ele. Minha vida se tornou um pesadelo dia após dia. Daniel sempre me agredia e depois vinha com flores e presentes caros, para me agradar.

Não é fácil terminar um relacionamento abusivo, não é só chegar e falar "Precisamos terminar". O agressor não aceita, ele faz uma manipulação emocional com a vítima, que já está com o psicológico tão abalado, que não tem mais para onde correr.

— Vamos viver algo novo, reconstruir nossa vida.. – Ele força um sorriso. – Pense nisso, é pelo bem do seu namoradinho e aquela pirralha, caso você os queira vivos...

— Não, por favor, não faça nada pra eles, eu te imploro Daniel! – Falo aos prantos.

— Oh, preocupada com esse merdinha?! – Ele aperta meu braço. – Você é minha, Isabelly, minha!

Os olhos de Daniel ficam vermelhos e as pupilas dilatam. Ele estava descontrolado, é assustador...

[⚠️]

Mais tarde, um segurança vai até a sala entregar minha "janta". A comida estava horrível, tentei comer, mas a textura me causava ânsia.

Assim que o segurança saiu, fiz um esforço e me levantei do chão. Caminhei até o outro lado da sala e percebi que havia um celular caído no canto da parede.

Com as mãos trêmulas, liguei o celular e entrei no telefone. Disquei o número de Piquerez e depois de uns 20 minutos insistindo, alguém atende a ligação.

— Alô? – Piquerez fala com uma voz rouca, de quem havia chorado por horas. – Olha, eu não estou com tempo para trotes, tá legal?!

— Cariño.. – Sussuro o apelido que ele me deu, mas sou interrompida pela porta sendo aberta com brutalidade.

[🔞]

— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? – Daniel grita puxando meu cabelo, tomando o celular da minha mão.

— E-Eu... – Tento me explicar, mas ele parece se estressar mais ainda, agarrando meu maxilar.

Eu grito por ajuda, mas não adianta, já que todos os homens eram cúmplices dele. Daniel estava alucinado, descontando todo seu ódio em mim.

Eu perdi a noção do tempo, e o quanto ele me agrediu. Não foi pouco, foi muito, muito pior do que eu passei antigamente.

Foi aí que eu percebi, que essas feridas do passado, nunca se curaram. Elas estavam ali, sendo relembradas pelo monstro, que um dia fui capaz de amar...

Meus ataques de pânico e ansiedade, só foram capazes de melhorar com muita terapia. E hoje, depois de anos, revivendo este mesmo acontecimento, é como se eu ainda estivesse presa ao passado.

Abraço meu próprio corpo, chorando, rezando para que alguém me tirasse desse inferno...

[⚠️]

Joaquín Piquerez

Meu coração errou as batidas quando escutei sua voz melodiosa, carregada de dor e sofrimento. Antes da chamada ser encerrada, fui capaz de escutar seus gritos, implorando por ajuda.

Alice chora o dia inteiro, ao ponto de perder o fôlego, chamando pela mãe. Não sei o que fazer, não me sinto bom o suficiente para tranquilizar minha filha e dizer que tudo vai ficar bem.

Colocamos vários policias e advogados em busca de Isabelly, não vou desistir de encontrá-la.

Sinto falta da sua risada, do seu cheiro, do calor do seu corpo e das risadas que só ela tira de Alice...

Abraço minha filha e choro, coloco toda dor e sofrimento para fora. Tudo que eu guardei nesses últimos dias, tudo que aguentei calado, sofrendo sem ela ao meu lado.

— Desculpa filha, eu não consigo ser forte... Não consigo passar por isso de novo e aguentar essa dor mais uma vez... – Não consigo terminar de falar, sinto uma pontada no peito.

— Mama.. – Alice choraminga baixinho, com uma voz tristinha, agarrada a naninha que Isabelly deu a ela.

— A mamãe vai voltar meu amor, eu.. Prometo... – Respiro fundo, com o coração partido.

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Até o próximo capítulo!!