5. mental exhaustion

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Já na semana seguinte, Ambar compartilhava o refeitório com Rue e Jules, imersas em conversas e trabalhos escolares, quando de repente, ela é chamada para a diretoria, a deixando intrigada.

Ao se levantar, ela observa policiais na escada, adicionando uma tensão ao clima já carregado de apreensão que a garota sentia.

Chegando à direção, Ambar é chamada pelo diretor e se senta diante da mesa imponente dele, se preparando para enfrentar o que quer que seja que a espera.

— Senhorita Jacobs, gostaria de perguntar se você poderia saber o motivo da briga entre Madeline Perez e Nataniel Jacobs. — O Diretor pergunta.

— Por que eu saberia? — Ambar responde com indiferença.

— Porque Senhorita Jacobs, Maddy apareceu na escola com contusões em seu pescoço, o principal suspeito de tê-la agredido é Nate, seu irmão.

— Não eu não sei diretor, Nate e Maddy brigam toda hora, por motivos bobos. Não sei o que poderia ter levado eles a ter essa possível discussão. — Ambar responde, agora preocupada com a situação.

Ao sair da direção, ela retorna ao refeitório, compartilhando a tensão com Rue:

— Que porra, por que estão chamando os alunos, você acha que vão me chamar Ambar? — questiona Rue.

— Rue, acham que Nate pode ter agredido a Maddy. — Âmbar fala seria.

— Cacete, Âmbar, isso é muito sério. — Rue diz chocada com a situação.

— Porra Rue, você acha que eu não sei? Eu tô assustada pra caralho. — Âmbar diz, com as mãos no rosto, tentando processar o ocorrido.

Uma notificação de Marsha em seu celular a chama ao corredor da direção.

Onde lá, encontra Marsha e dois policiais.

Cal e Nate logo saem de uma sala. Nate olha para a direção, trocando palavras com Maddy:

— Eu te amo — murmura Nate.

— Eu também te amo — responde Maddy.

A família sai com os policiais, deixando Âmbar se sentindo humilhada. Ao passarem pelo refeitório, ela percebe Rue e Jules observando atentamente.

— Olha, eu vou direto pra casa. — Já fora da escola, Âmbar informa seus familiares, que se dirigem ao estacionamento para o departamento de polícia.

— Ok Âmbar, mas chegaremos tarde. — Marsha responde.

— Certo. — diz a garota, vendo seus familiares se afastando. Desbloqueando o celular, ela chama um Uber para casa de Fezco.

(...)

Ao chegar, Âmbar vai até as escadas e bate na porta. Fezco abre, surpreendido ao se deparar com Âmbar de olhos vermelhos.

— Âmbar, o que aconteceu? — Fezco pergunta, envolvendo a garota em um abraço.

Naquele momento, era exatamente o que Âmbar precisava. Ela retribui o abraço, e os dois permanecem assim por um tempo, compartilhando o conforto silencioso que a presença um do outro proporciona.

— Fez, eu tô tendo um dia de merda. Preciso que me venda metanfetamina. — Âmbar diz, desviando a conversa para uma direção desconfortável.

— Âmbar, não importa o que você esteja passando, usar essa merda não vai te ajudar em porra nenhuma. O que aconteceu com Rue não abriu seus olhos pra isso? — Fezco expressa sua preocupação.

— Fez, agora não é o momento para me dar lições sobre isso. Eu tô falando sério, preciso que me venda. — Âmbar diz ficando estressada.

— Eu não vou te vender, Âmbar. Não vou deixar você se afundar nisso. — Fezco responde firme em sua decisão.

— Você devia ter feito isso há muito tempo atrás. Agora não é mais o momento. Você não vai simplesmente decidir que não vai mais me vender drogas, Fezco. Eu tô falando sério, eu preciso disso. Cadê o Ashtray? Eu vou pedir para ele. — Âmbar diz, enquanto vai até o corredor procurar Ashtray.

— Não adianta procurar, ele não está em casa. — Fezco segue Âmbar até o corredor.

— 'Tá no seu quarto? É lá que você guarda as drogas? — Ela vai até o quarto de Fezco, revirando armários, debaixo da cama e no bidê ao lado, mas não encontra nada.

— Fez, por favor, me diz onde está. Eu preciso disso. — ela pede, desesperada, enquanto observa cada canto do quarto.

Fezco continua em silêncio, o que só aumenta a frustração de Âmbar.

— Você não pode fazer isso, porra. Não pode simplesmente decidir isso. — A garota diz, empurrando Fezco enquanto lágrimas escorrem por seu rosto. — Vai se foder, porra, seu traficante de merda. — Ela esbarra em Fezco, indo até a sala, pegando sua mochila e saindo da casa.

Âmbar não estava apenas frustrada com o incidente envolvendo Nate; ela estava exausta da incessante frustração que era ser parte daquela família. Cansada de encarar Cal diariamente, de esconder a convivência com um homem repugnante em sua própria casa. O tratamento indiferente e carregado de ódio que recebia de sua mãe pesava em seus ombros, e a relação tumultuada com Nate era como equilibrar-se em uma corda bamba.

O momento em que Fezco decidiu cortar as vendas de drogas foi mais do que simplesmente um obstáculo; foi o ponto de ruptura. Âmbar estava esgotada, sentindo-se frustrada e perdida, afundando em uma complexidade emocional da qual não sabia como escapar. Cada membro de sua família era uma peça quebrada de um quebra-cabeça disfuncional, e ela, no meio disso tudo, estava à beira de um colapso, sem saber para onde se virar.

DREAM STATE, FezcoOnde histórias criam vida. Descubra agora