Um mês. Um mês em São Paulo, um "mini intercâmbio" que rendeu ao carioca um novo flerte, Sandro Paulo, o paulista marrento que chamou a atenção de Ricardo o suficiente para que não fosse mais atrás de outras pessoas durante aquele período, e também para que se sentisse confortável em passar cada vez mais dias no apartamento do paulista, que por sinal era bem mais endinheirado do que imaginava.
Uma cobertura moderna com janelas enormes cobertas de insulfilme, móveis que pareciam ter sido tirados de uma revista de decoração de tão arrumados.
Apesar disso, parecia tudo muito... artificial. Decoração preta e branca, sem vida, sem uma planta que fosse além dos galhos secos que faziam aquela sala parecer um deserto.
Sem contar na falta de presença humana naquele lugar. Não haviam quadros com a família, nem coisas jogadas ou fora do lugar, tudo estava perfeitamente alinhado.Caralho é como se ele nem morasse aqui.
- Você disse que o seu pai fazia o que mesmo?- Perguntou, sentindo como se fosse a primeira pessoa que pisava naquele chão reluzente de mármore, além do próprio paulista. A questão não pareceu agradar muito bem o tal.
- Ele é dono de uma empresa de holding.- Ricardo o encarou como se tivesse ouvido uma palavra em grego.- Uma holding é basicamente uma empresa que compra ações de outras empresas...
- Então cê é herdeiro, Sampinha?- Perguntou com um sorriso malandro que pareceu derreter o menor.
- A gente pode parar de falar do meu pai? Não foi pra isso que eu te trouxe aqui...
- Ah não? E pra que foi?- Foi logo se aproximando, o envolvendo pela cintura ainda com uma expressão satisfeita no rosto.
- Queria passar um tempo com você...- Deu de ombros, ainda se fazendo de difícil.- Ver um filme talvez.
- Ficar abraçadinhos talvez?- Segurou o rosto dele.- Beijar essa boquinha talvez...?
- Não me testa, carioca.- Avisou, sorrindo de canto.
- Só estou dando ideias.
Ouvir seu riso por horas talvez?
- Mhm... tô vendo. Você é apressadinho né? Acabamos de chegar.
- Que foi? Quer que eu te faça um jantar primeiro?- Deu uma risadinha ao se afastar dele.- Eu sou um ótimo cozinheiro, beleza?
- Talvez outro dia. Se me fizer um jantar vai acabar se atrasando pra apresentação de hoje...
O carioca apenas continuou com seu sorrisinho malandro, se fazendo confortável no sofá, Sandro se sentou logo ao seu lado, pegando o controle da televisão para escolher algo.
- Não tinha uma série que você disse que queria assistir, Rick?
- Me falaram daquela Bridgeton lá, queria dar uma olhada.
- Não sabia que você gostava de histórias de época.- Comentou, já abrindo o aplicativo e procurando a série na televisão.
- Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim, boneca.
Sandro não gostou daquela afirmação.
Durante a tarde, os dois não saíram daquele sofá. Assistiam a série em pedaços, o tempo todo se distraindo um com o outro, perdidos em beijos e afagos, cada um deve ter cochilado ao menos uma vez naqueles abraços aconchegantes.
Quando se deram por si, era nada mais que seis e quarenta da tarde.- Sampa- mhm...- O carioca tentou falar, mas teve a boca ocupada por mais um beijo, o qual apesar de tentar não conseguia resistir.- Eu... eu tenho que ir-

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Trem das onze - SPXRJ
Fiksi PenggemarRicardo, cantor de uma banda de rock brasileiro, sempre teve dificuldade em se manter em relacionamentos por causa do seu ciúme, o que resultou em muitos anos solteiro. Após um show em barzinho famoso, o carioca conheceu Sandro, um jovem encantador...