Capítulo 6

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Narrador's POV

Mais uma semana havia se passado desde o jantar na casa dos pais da mais nova e desde então, ela não conseguia esquecer as palavras da mãe. Sua mãe estava certa, pelo menos sobre a parte de ela ainda ser uma mulher que tem necessidades, embora seus filhos fossem sua vida, ela não precisava viver apenas pra eles, por isso, chamou suas amigas para beber depois do trabalho. Monica e Agatha prontamente aceitaram, Clint estava de plantão, então passou a oferta da latina.

Já do outro lado, Natasha trabalharia até tarde, mesmo que não fosse um plantão, seu turno acabava de madrugada, então não pôde aceitar o convite da sua mais nova amiga, mesmo que quisesse muito. O convite a pegou desprevenida, de certa forma, mas não ousou questionar os motivos da outra.

Quando o alarme soou, alertando sobre uma ocorrência, ela prontamente correu até o caminhão pra se arrumar e partir rumo ao endereço indicado pela central. Havia muita fumaça, mas nenhum sinal de fogo.

— Nós conseguimos apagar o fogo, mas ainda está saindo muita fumaça. - O dono da propriedade falou.

— Pode ter fogo dentro das paredes. - O Tenente do caminhão concluiu e Natasha assentiu.

— Vamos entrar. - Avisou e ele concordou.

Quando eles adentraram, apenas fumaça foi encontrada, assim como o proprietário havia alertado. Natasha encontrou o ponto de início do fogo e por ter estudado sobre, percebeu algo, logo sua feição se tornou confusa, o que chamou a atenção do outro tenente.

— O que foi? - Perguntou, antes de ver Natasha se levantar com um pequeno objeto na mão. — O que é isso?

— Um gatilho. - Respondeu, apontando pro fogo.

O outro entendeu de imediato o que a morena quis dizer. Não foi um fogo acidental, foi causado por alguém, intencionalmente. Sua mão prontamente procurou seu celular, ligando pra sua melhor amiga que estava de volta a cidade. Após dois toques, a ligação foi atendida.

— Natasha? - Sua voz soou do outro lado da linha, um pouco surpresa com a ligação.

— Boa tarde, detetive Hill! - Cumprimentou a amiga, sem conseguir evitar aquele tom brincalhão. — Preciso da sua ajuda.

— Bem que achei estranho você me ligando essa hora, o que foi? - Seu tom agora era preocupado.

— Estou em um incêndio, porém sem fogo. O dono da casa apagou o fogo, mas...não foi acidental. - Explicou, observando o objeto em suas mãos. Estava cheirando fortemente a queimado. — Estou com os gatilhos em mãos.

— Me mande o endereço, estou a caminho. - Avisou, desligando em seguida.

Uma das coisas que a detetive aprendeu com o tempo de amizade foi a nunca duvidar do instinto e do que Natasha sabia sobre incêndios e fogo, de modo geral. Um dos cursos que ela fez, ensinava e mostrava diversas formas de começar um incêndio, gatilhos que seriam ativados e em alguns minutos, começariam a pegar fogo e então seria um incêndio enorme. O que Natasha não entendia dessa vez era: Se eles queriam que a casa pegasse fogo, então por que fazer um gatilho tão fraco daqueles?

A Tenente saiu da casa apenas pra esperar a melhor amiga. Explicou aos companheiros o que estava acontecendo e os avisou pra enrolarem o máximo possível, assim o proprietário não desconfiaria que eles sabiam a verdade. Natasha olhou ao redor, encontrando um menino na ambulância, estava com um equipamento pra ajudar em sua respiração, parecia ter inalado muita fumaça. O que era estranho já que a casa sequer pegou fogo por tanto tempo, a fumaça estava toda concentrada onde o fogo havia começado, permanecido e acabado. Pensando nisso, se aproximou do menino, sentando ao seu lado na parte aberta da ambulância.

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