Wanda's POVOs últimos dias têm sido estressantes, eu me enfiava no trabalho cedo e saía tarde, quase não tendo tempo pra absolutamente nada. E claro, tudo culpa dos imbecis que acham que é uma ótima ideia andar em alta velocidade em dias de neve, onde a pista está extremamente escorregadia.
E não necessariamente a alta velocidade seja correndo, mas na neve, qualquer mínima velocidade era alta quando se tem quase uma pista de hockey no lugar do asfalto. Foram incontáveis casos só essa semana de acidentes de carro. Um contra o outro, carros em muros, postes, árvores. Esse, inclusive, foi o único jeito que eu consegui ver Natasha essa semana, quando ela ia levar alguma vítima no hospital.
Era até estranho chamar de vítima, alguns eu deveria chamar de culpados, como dois idiotas que além da velocidade alta, estavam bêbados. Minha indignação só crescia nesses casos, as vezes chegava a pensar que esses doidos saem de casa já pensando em formas de não voltar. Enquanto tudo que eu quero é voltar pra casa, me aconchegar nos braços da minha tenente, abraçar meus filhos e ver qualquer filme infantil que passar na televisão.
Infelizmente nem todo mundo tem consciência de que beber e dirigir não põe só a si mesmo em risco, mas os outros também. E geralmente, como o mundo é cruel, quem se fode mais sempre é a verdadeira vítima. Nada justo.
Embora essa semana tenha sido complicado ver Natasha fora do hospital, toda manhã eu acordo com mensagens de bom dia e seus pensamentos positivos de que eu terei um bom dia de trabalho. Eu acordava com um sorriso no rosto, já sabendo que, mesmo sem vê-la, ela estava ali por mim.
Hoje, claro, não seria diferente. Meu celular apitou assim que eu sai do banho. Peguei o aparelho, lendo o contato dela na tela, então abri sua conversa.
Tenente Gostosa: Gostaria de começar te desejando um bom dia e um ótimo trabalho, mas não posso deixar de comentar minha frustração e indignação com o que acabou de acontecer comigo. [ 7:54 ]
Eu: Bom dia, Romanoff! E o que acabou de acontecer? [ 7:55 ]
Tenente Gostosa: Fui na padaria e pedi você como namorada. Acredita que a atendente disse que não lá vendia isso!?!?!? [ 7:55 ]
Tenente Gostosa: Que tipo de padaria é essa que não vende sonho?? [ 7:56 ]
Claro que eu ri feito uma idiota com sua piadinha matinal. Era incrível sua capacidade de me fazer rir com tanta facilidade.
Eu: É inadmissível! Mas já parou pra pensar se eles vendessem e alguém comprasse antes de você? [ 7:57 ]
Tenente Gostosa: Credo, não gostei, vou fingir que não li. [ 7:57 ]
Tenente Gostosa: Enfim, tenho que ir, só vim te desejar um bom dia e fazer graça pra você rir ( eu sei que deu certo, eu te conheço ). Te vejo mais tarde e se Deus quiser não vai ser no hospital. [ 7:58 ]
Eu: Amém!!!!!!!!!! [ 7:58 ]
Eu: Bom dia, linda. Bom trabalho ❤️ [ 7:59 ]
E esses cinco minutos de conversa durante a manhã era meu gás pra sorrir pra todo mundo até o primeiro idiota do dia aparecer.
Não era novidade no hospital que eu e Natasha estávamos juntas, muito menos depois do evento onde nenhuma de nós fez questão de esconder nosso envolvimento. Nos abraçamos, nos beijamos, trocamos carinhos, sorrisos, tudo na frente de todos. Éramos adultas e o que fazemos ou deixamos de fazer é da nossa conta. Quem quisesse comentar - não passando o limite do respeito -, que comentasse. Eu não poderia me importar menos.
As fofocas pelos corredores diminuíram, não vou dizer que pararam completamente porque eu sabia que isso era impossível. Já fui interna antes e sei que o que nossos superiores e chefes fazem sempre vira assunto entre nós, mas também nunca mais ouvi algum comentário desnecessário ou desrespeitoso quanto a Natasha, eu ou Natasha e eu, bom, quanto a nós. E isso era bom.
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FIREFIGHTER - Wantasha
FanfictionQuem diria que após uma ocorrência normal, a vida de Natasha mudaria completamente, tudo graças a mãe da pequena menina que ela salvou, em um dos seus milhares de dias dentro de um batalhão de bombeiros. Wanda Maximoff era uma Cirurgiã de Trauma, ma...