Capítulo 10

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Narrador's POV

Em um lado da cidade, a tenente tomava seu café da manhã calmamente enquanto observava seu melhor amigo assistindo alguma cirurgia na televisão. Se perguntava se médicos só faziam isso o tempo todo. Será que o programa favorito de Wanda também era assistir cirurgias? Sua série favorita era Grey's anatomy?

— Clint, posso falar com você? - A mulher chamou a atenção do amigo que prontamente assentiu, pausando o vídeo.

Ele conhecia Natasha o suficiente pra saber quando o assunto era algo sério, se não fosse, ela teria simplesmente lhe dado um tapa na cabeça e sentado ao seu lado no sofá, começando a importunar sua paz.

— Eu sei que você não é a melhor escolha para conselhos amorosos, já que está solteiro, mas queria sua ajuda.

— Ei! Eu posso ser solteiro e ainda dar bons conselhos, ok? Treinador não entra em campo! - Se defendeu, arrancando uma risada da amiga. — Conta, o que ta rolando? Além do fato de você e Wanda estarem se pegando.

— A gente não...Tipo, não estamos nos pegando, mas estamos nos aproximando, eu diria. Como sabe disso?

— O hospital todo sabe. Você apareceu no hospital semana passada e vocês ficaram quase duas horas presas em um quarto. Eu nem sabia que sexo poderia durar tanto tempo.

— Primeiramente: nós não transamos. Na verdade, passamos bem longe disso, eu fiquei praticamente duas horas chorando e dormindo no colo dela, ok? Segundo: Você é homem, sexo pra você é penetração e isso dura sei lá, dez minutos. Quando não é a mina que tem que ficar dez minutos sentando! Enfim, não importa, nós não transamos.

— O hospital inteiro acha que sim. Inclusive, já mandei alguns internos pararem de comentar sobre porque se isso chegar nos ouvidos da Wanda... Ela transforma a vida deles em um inferno.

— Eu deveria pedir desculpas por ter ido lá, não é?

— Acredito que não, você estava buscando o apoio dela, não queria fazer todo mundo achar que vocês estão transando, eles só pensam isso porque sempre que você aparecia naquele hospital sem estar com alguma vítima de algum chamado, era pra comer alguém. - Natasha fez uma careta, lembrando desse tempo. Ela realmente usava as pessoas como passatempo. Era simples, se satisfazia carnalmente e pronto, acabou.

— Mas eu parei com isso!

— Sim, depois de acabar o estoque de enfermeiras. - A tenente abriu a boca pra responder aquele absurdo, mas se calou. Era verdade, claro que não uma verdade absoluta, não tinha transado com todas as enfermeiras, mas quase.

— Pretendo fazer só com a Chefe do trauma agora. Inclusive, era sobre isso que eu queria falar...

— Que você tá gamada nela não precisa me falar, sempre que eu tô em casa, você me pergunta sobre ela. Se ela teve algum problema, algum paciente que morreu ou algo assim. Não sei porque não pergunta direto pra ela!

— Não quero parecer grudenta ou algo assim, não quero ficar em cima o tempo todo, sabe? Ela tem um trauma pra superar e se eu ficar em cima, vai parecer que quero fazer-la superar logo. Quero dar o espaço e o tempo que ela precisa pra isso, estar aqui sempre, mas que ela busque por mim quando se sentir acuada, assim como eu busco por ela, entende?

— Eu entendo seu lado. Mila realmente passou um inferno quando tudo aconteceu, então entendo o medo dela, principalmente pelo seu histórico naquele hospital. Isso é algo que ela deve resolver com si mesma, só fique por perto, se mostre presente e disponível pra ela.

— É o que eu pretendo fazer...

Embora a conversa tenha terminado com ambos concordando, Natasha se levantou e foi se arrumar, tendo como rumo o hospital no qual a mais nova trabalhava.

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