Enquanto Eva permanecia deitada na cama, Aurora e Penélope se despediam. Tentavam, pelo menos. Abraçadas junto ao carro no Jardim, as duas trocavam beijos enquanto processava entre si o que acabara de acontecer. Penélope já vestira as roupas com as quais veio no dia anterior. Aurora, apenas vestiu um camisão sobre o corpo, sem esperar ficar tanto tempo no lado de fora de casa. Num condomínio quase sem vizinhos, Aurora se despreocupava se alguém a veria aos beijos com uma mulher enquanto o namorado não estivesse em casa.
— Aurora, você não faz ideia do quanto que queria fazer isso com você.
— Podia ter feito antes. Queria ter sabido dessa sua vontade há mais tempo.
— Tantos tapas e apertões que te dou, nunca pensou nisso?
— Para mim você me batia porque achava a minha bunda grande demais.
— Grande e gostosa.
Penélope invade a boca de Aurora com a língua enquanto uma de suas mãos desce, apertando as nádegas de sua amiga. Um gemido abafado pelo beijo ecoa entre as duas.
— Você reclamava dos meus tapas de um jeito que parecia que você não gostava.
Aurora morde os lábios.
— Saiba que gosto de uns tapinhas. Pode bater sempre que quiser.
Penélope acerta a bunda de Aurora forte, com a outra mão.
— Não fala isso que bato mais.
— Pode bater à vontade.
O som de três tapas ecoam pelo condomínio vazio enquanto Aurora pressiona ainda mais Penélope com o seu corpo. Os beijos se intensificam e Penélope desliza as mãos por baixo do camisão, encontrando a bunda carnuda de Aurora.
— Está sem calcinha, sua safada?
— Você sabe que sim. Estou aqui só para me despedir. Depois volto e me visto melhor.
— Está aqui a um bom tempo, "se despedindo". Enquanto isso estou te deixando pelada.
Penélope suspende o camisão de Aurora, revelando o quadril nu.
— Pode deixar, não tem ninguém nesse condomínio mesmo.
As duas trocam beijos mais uma vez, com Penélope expondo e apertando a bunda de Aurora com desejo.
— Essa não é a Aurora que conheço.
Sem rejeitar as carícias íntimas de sua amiga, Aurora respira fundo.
— Me sinto diferente mesmo.
— Acha essa mudança ruim?
— Não sei. Caio sempre tirou de mim um lado que reprimia. Ultimamente me sinto mais solta sem ele.
— Isso acontece desde a chegada desses androides.
— Sim, principalmente a Eva. Ela mesma tem se transformado. Você viu agora a pouco.
— Sim, a Eva é maravilhosa, mas isso não deveria ser ruim.
— É por dois motivos: um porquê ela não foi programada para se comportar assim. Antes acreditava que o defeito do Ricardo seria por mudarem meu projeto, mas vendo Eva desse jeito eu já não sei se o erro de programação não foi meu.
Penélope leva uma das mãos ao rosto de Aurora e lhe dá mais um beijo.
— Escuta querida. Independentemente do que você programou, o hardware deles foi feito para corresponder a estímulos sexuais. Você não tinha como prever isso. Da sua parte tenho certeza de que será apenas um ajuste breve. O problema maior é o Ricardo ter um pau projetado para gozar e ninguém na empresa saber. Para isso você escreve esse relatório e eu dou um jeito das pessoas certas saberem. Agora, qual o segundo motivo.
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Influência artificial
Short StoryAurora precisa investigar um bug que faz um androide ter comportamento lascivo. Com ajuda de Eva, uma inteligência artificial, ela descobre o quanto a tecnologia reflete os desejos profundos de seus usuários