A revelação

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Com uma oportunidade incrível de viver na Coreia do Sul, S/n acaba de chegar do seu país natal, o Brasil. Após descer do avião, a garota, vestida com roupas pretas confortáveis e um boné branco antigo, desce a escada rolante do aeroporto, avistando, do topo, sua melhor amiga, vestida em uma roupa formal, com a chave do carro em sua mão direita, enquanto a outra estava afundada no bolso, tendo seu crachá escrito "Emily Turner", que já dava para ver no meio da escada, no pescoço.

A S/n e a Emily se conheceram na faculdade de marketing, enquanto a jovem canadense fazia intercâmbio. Moraram juntas por 2 anos, mas infelizmente elas tiveram que se separar quando a Turner foi obrigada pelos pais a morar no exterior; logo depois, surgiu para a S/n a oportunidade de escolher algum outro país para terminar a faculdade, possibilitando assim esse reencontro.

*S/n:* (sorrindo) Emily! Não acredito que você veio até aqui! – disse enquanto se embolava nas malas.

*Emily:* (abraçando S/n) Claro que sim, não podia perder esse reencontro! Como você está?

*S/n:* (empolgada) Estou ótima, só um pouco cansada da viagem. Mas e você, como anda o trabalho?

Após Emily se mudar, elas se afastaram um pouco, mas o carinho continuou, talvez até aumentou.

*Emily:* (rindo) Aguentável. Meus pais não pegam mais no meu pé, não sei por que insistiram tanto para eu vir. Deixar a empresa nas mãos de um amigo em vez de passá-la para a filha é como entregar a regência de um delicado concerto a um maestro que conhece apenas a melodia, enquanto a herdeira, com toda sua sinfonia no coração, assiste à orquestra de sua própria família ecoar sem suas notas essenciais - fala a mais alta indignada com a situação, se perdendo em seus pensamentos.

*S/n:* (confusa) De onde... - ela desiste de terminar e volta a sorrir - você sempre com suas metáforas encantadoras. Senti tanta saudade, Emily.

*Emily:* (afetuosa) Eu também, S/n. A vida sem nossos cafés da manhã e conversas intermináveis não é a mesma.

*S/n:* (rindo) Nem me fale. Você ainda toma aquele café duplo sem açúcar?

*Emily:* (fazendo careta) Sempre! E você ainda acrescenta três sachês de açúcar no seu?

*S/n:* (ri) Velhos hábitos não morrem nunca. Vamos, temos muito o que colocar em dia.

*Emily:* (animada) Com certeza! E prometo que trouxe algumas novidades. Prepare-se para ficar boquiaberta. - fala enquanto passa a mão na nuca, um pouco preocupada.

*S/n:* (curiosa) Mal posso esperar. Vamos nessa, Emily Turner, a aventura nos espera!

Ao chegar na casa de Emily, onde ela insistiu para a amiga se instalar, S/n logo tira da mala de mão uma garrafa de vinho tinto.

*S/n:* (abrindo um sorriso) Na 'nossa' casa tem taças, né?

*Emily:* (ri alto) Não seria 'nossa' se não tivesse. - entregando uma para sua amiga.

Após se acomodar e organizar tudo no segundo quarto do apartamento, que simboliza claramente que sua amiga só estava trabalhando para agradar os pais, a garota já banhada e com cabelo ainda úmido vai até a sala e passa o resto da noite conversando, bebendo e assistindo filme com sua melhor amiga.

— na manhã seguinte —
Emily, ao acordar com o corpo dolorido por conta da noite no sofá, nota que acabou não atualizando a sua amiga de tudo que havia acontecido em sua vida.

*Emily:*(sussurra) Ei. Vamos. Acorda. – faz uma pausa, olhando a bagunça – você não pode se atrasar no primeiro dia.

*S/n:* (faz careta por conta da claridade) Eu aceito ser sustentada por você – diz enquanto luta contra toda sua vontade e levanta em um pulo.

LIMITES E DESEJOSOnde histórias criam vida. Descubra agora