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Olho para eles com a cara mais sei lá. Não consigo me expressar.

— você não ia conversar com seu pai? Ele disse que você viu ele, mas não falou. —Miguel pergunta e eu paraliso.

Mando um olhar pro meu pai pedindo ajuda. Ele estava calmo e despreocupado, até parecer lembrar de algo, e fala.

— calma, eu não expliquei direito, ela entrou no banheiro, e... e não falou comigo depois, porque eu tive que sair para ajeitar algumas coisas. —Ele viu eu entrando no banheiro ou foi realmente uma desculpa?!

Meu pai me olha e murmura: "me explica tudo depois." Meu Deus, meu Senhor...

— ah, agora deu para entender. —Miguel fala.

— por que você tá calada e paralisada? —Laura pergunta.

— nada. Vamos para casa? —Respondo.

— Maitê, Lorena vai com vocês agora. —Meu pai diz e eu o encaeo com raiva, nessa hora Lorena aparece atrás de mim.

— vamos? —Pergunta ela e assentimos.

Me despeço do Miguel com um beijo, e vamos para o estacionamento. Lá encontro o Gabriel em uma ligação no celular, ele me avista e manda língua para mim, e eu devolvo.

— o que eu perdi? —Laura zoa comigo.

Reviro os olhos.

— Maitê, eu irei dirigindo. —Lorena avisa e eu dou uma risada.

— não, EU irei dirigindo.

— não começa a fazer birra, garota.

— fazer birra o que? O carro é meu. Eu dirijo.

— Maitê, deixa ela. Deixa ela dirigir. —Laura diz.

Decido não implicar mais. Laura coloca Davi na cadeirinha e eu vou no banco da frente, ao lado dela. Da bruxa.

— Maitê, você não tem cara de psicóloga. Por mim você poderia desistir disso. —Ela ataca. Xingou a Laura também, pois Laura está cursando também pra ser psicóloga.

— falou muito bem. Por você, mas a vida é minha. E o que você opina sobre ela não vai mudar em nada, não quero faltar com respeito, mas é melhor ficar calada antes que eu me estresse mais ainda. —Digo.

— seu pai sabe que você anda com essa rebeldia?

— você não é minha mãe, Lorena! Para de tentar ser ela.

— pelo visto não. Quero ver quem vai querer ser atendida por uma psicóloga assim. —E isso foi o fim. Porra, que mulher insuportável. Saio do carro e dou a volta até o banco do motorista.

— sai do meu carro. — digo e ela nega.— sai do meu carro, agora!

— Maitê, calma. Esfria a cabeça, parem de brigar. —Laura tenta me acalmar, mas não consegue.

Meu pai aparece das cinzas e pergunta o que está acontecendo.

— a sua linda mulher! Me humilhando horrores aqui, e eu mandei ela sair do meu carro. Ela criticou a faculdade que estou cursando, pai! —Explico.

Coisa certa. - Gabriel Martinelli. Onde histórias criam vida. Descubra agora