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09 de maio.

— Pra onde é que você tá indo? — Laura entra no meu quarto e se deita na cama com um celular na mão assistindo Tik Tok. — Minha vida, você tá linda.

— Vou sair com umas amigas da faculdade. E obrigada! — Digo.

— Estranho, mas divirta-se! — Ela fala rindo.

Essa foi a roupa que escolhi para sair com o Gabriel e eu gostei do resultado, gostei muito, me valorizou demais esse look, não que os outros não me valorizassem, porque eu fico linda em todos os looks, mas vocês entenderam

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Essa foi a roupa que escolhi para sair com o Gabriel e eu gostei do resultado, gostei muito, me valorizou demais esse look, não que os outros não me valorizassem, porque eu fico linda em todos os looks, mas vocês entenderam.

Pego meu celular e vejo que Gabriel mandou uma mensagem dizendo que tinha chegado.

— Tchau, já avisei pra dona Alane que vou sair, te amo, qualquer coisa manda mensagem. — Falo e ela manda beijo.

Desço as escadas e saio de casa em seguida, fecho a porta e caminho até o carro do Gabriel. Entro no carro e ele me analisa bem, fico com um pouco de vergonha e viro sua cara para frente.

Ele dá risada.

— Tá linda. — Diz.

— Obrigada. Pra onde a gente vai?

— Em um restaurante aleatório aí. — Diz e eu dou uma pequena risada.

— Só pra avisar que eu só vou querer a sobremesa. — Digo rindo.

— Beleza, patroa. Eu vou querer a sobremesa também, a saída era só pra te contar uma coisa.

— Conta logo.

— Não... espera a gente chegar.

— Chato.

— Você que é chata. — Diz e lhe dou um leve tapa.

[...]

Assim que chegamos no restaurante procuramos uma mesa mais afastada possível de todo mundo, pra evitar fotos. E por incrível que pareça achamos um ótimo.

— Agora fala. — Digo e ele me ignora, chama o atendente e pede um doce qualquer para nós dois.

— Você é muito ansiosa, calma, mulher. — Diz e eu dou risada.

Depois de um tempo nossa "sobremesa" chega e ele respira fundo.

— Então, é o seguinte. Acontece que as câmeras de segurança flagraram nós dois nos beijando no corredor do CT e deu ruim. — Diz rápido e eu arregalo os olhos.

— Você tá brincando... — Digo e ele cruza os braços com uma cara indescritível. — NÉ?! — Pergunto um pouco alterada.

— Calma. Eu não tô brincando, aí o cara disse que isso não poderia mais se repetir, que você iria começar a estagiar lá, e pra não tirar seu foco, e não dar problema... não queria nós juntos. Ele ainda meteu: não entendo essa geração, vocês dois não estão namorando? E eu deixei ele falando sozinho. Vai pra puta que pariu.

— Gabriel, eu sabia que ia dá merda, o meu pai disse pra mim escolher o que achava melhor, e eu tô achando melhor a gente parar com isso, se afastar. A gente foi imaturo, a gente não tem nada a ver. — Dou uma pausa e ele rir. — eu não vou mentir, nós tivemos uma conexão e nós dois percebemos isso, mas não dá. A gente se afasta e tudo fica ao normal de novo, eu com o Miguel e você com a garota lá, nós nos precipitamos, não sei com o que eu tava na cabeça.

— Tudo bem, eu te entendo perfeitamente. Faz o que você quiser, só não pode se afastar de mim, meus pais querem marcar até algo com você, porque eles te amaram. — Ele fala e eu suspiro fundo. — A gente marca um churrasco, algo do tipo, e depois deixa acontecer...

— Ok, eu te prometo, não vou me afastar de você, mas a gente vai ter sim que ficar um tempo distante, para as coisas voltarem ao normal. — Falo e ele balança a cabeça positivamente.

— Você sabe que vai ficar um clima estranho... — Ele diz levemente preocupado.

— Fazer o que, né?

— Vamos andar por aí agora. — Ele paga a conta que eu me ofereci pra ajudar a pagar, mas ele não deixou e nós saímos do restaurante.

Entramos no carro e ficou um silêncio absurdo, estranho, desconfortável!

— Tá parecendo velório, bora animar. — Ele diz.

— Não tem motivo.

— É tão ruim assim ficar sem beijar minha boca? — Ele pergunta e eu bato forte em seu braço. — Aí, porra.

— Gabriel, você não está a minha paciência, quem te ver com essa carinha de bebê... — Digo rindo.

— Assim você me ofende. Mudando de assunto, a Laura disse que sua mãe tava querendo ver os jogos da copa América. — Ele fala.

— Ela nem comentou nada comigo, mas se ela for, eu iria, se é isso que quer saber. — Rio.

— Ah, beleza. Aliás, viajo na sexta.

— Sério? Talvez eu anime pra ir, esses dias estão chatos pra caralho. — Falo e ele concorda.

— Vou gostar de te ver lá. — Diz.

— Para... sua mina vai tá lá.

— Você quer realmente que eu foque nela?

— Sim, Gabriel. Ela pode ser uma garota legal pra você, o amor da sua vida talvez, arrisca. A gente já conversou sobre isso. — Digo.

— Quer ir pra casa ou... — Não deixo ele terminar.

— Quero ir pra casa, desculpa, é que tá um clima estranho. — Digo e ele assente.

O que eu falei não valeu de nada, na verdade a gente ainda andou por todas as ruas daqui, rimos muito, conversamos, cantamos, fomos no Starbucks, o que resultou a minha chegada em casa 00:00.

Assim que paramos em frente a minha casa eu tiro o cinto e ele fica observando meus movimentos.

— Tenha uma boa noite, Gabriel Martinelli. — Falo.

— Obrigada, pra você também. — Diz e me dá um beijo na testa. — Vou falar com meus pais e te digo algo depois.

— De boa. Valeu por hoje. — Falo sorrindo e ele sorrir também.

Saio do carro e entro em casa em seguida, me perguntando o que tinha acontecido segundos, minutos e horas atrás. Minha vida é uma doideira e eu posso provar. Vou direto pro meu quarto, tomo um banho rápido, escovo meus dentes e capoto na cama. Estava cansada e nem havia percebido.

Mas a conversa que tive com o Gabriel não saía da minha cabeça, o que aconteceu entre a gente foi tão imaturo, tão ingênuo, que eu não consigo descrever. Isso iria me prejudicar, prejudicar meu trabalho, mas dos dois modos iria me fazer mal.

Só que eu não consigo explicar o sentimento de quando tô com ele, de quando nós nos beijamos, de quando temos pequenas interações, quando ouço a voz dele, de como ele, faz eu ficar arrepiada com suas indiretas... o que você fez comigo, garoto?

Coisa certa. - Gabriel Martinelli. Onde histórias criam vida. Descubra agora