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— Pra mim tá sendo sendo difícil, cara. Eu namoro e agora você tá ficando com alguém. Tá sendo péssimo pra mim essa situação, tô ignorando meu namorado esses dias e ele tá estranhando. — Digo com vontade de chorar mas não frente dele.

Me encosto da parede do corredor atrás de mim e ele se aproxima.

— É melhor a gente se afastar. Vai ser melhor pra nós dois.

— Não faz isso. A gente tem uma amizade verdadeira a ser descoberta! — Ele pede.

— É difícil te olhar e não me arrepender de ter te beijado, caralho! — Digo a real é ele me olha com os olhos levemente arregalados.

Ele rodeia a minha cintura com seus braços e no automático o abraço pelo pescoço.

— Não se afasta de mim. Só te peço isso. — Ele olha no fundo dos meus olhos.

Eu só assinto com os olhos lacrimejados.

Ficamos ali em um tempo indeterminado abraçados e por algum motivo não queria sair do seu abraço. No momento em que nos afastamos um pouco e olhamos nos olhos um do outro, a conta imensa de beijá-ló me invadiu.

— O que você tá fazendo comigo? — Pergunto.

— Cala a boca. — Ele fala e me beija.

Pede passagem com sua língua e logo eu cedo, ele aperta minha cintura e passea uma de suas mãos nas minhas costas fazendo eu me arrepiar. Me puxa mais pra ele e nos separamos por falta de ar.

Ele me dá selinhos espalhados pelo meu rosto até chegar no pescoço.

— Linda. — Diz.

Estávamos ofegantes e eu não tinha mais a noção de nada, estava pouco me fudendo para o que tinha acontecido. Isso era errado, mas ao mesmo tempo um erro certo. É muito difícil de explicar.

— Só me dá mais um beijo? — Ele pergunta e eu o respondo com um beijo.

Nem processei direito. Mas estávamos nos beijando em um corredor, mas não sei se alguém viu.

— Sua mãe sabe que eu namoro? — Eu pergunto.

— Sim. — Fala me dando um selinho.

— Eu já vou, Gabriel. Me solta antes que a minha irmã venha me procurar. — Digo e ele me solta com um pouco de relutância.

— Tchau, fica bem. Ah, e outra, você fez um lindo gol, parabéns. — Falo.

— Fica bem você. Aquilo foi pra você, como pedido de desculpas, qualquer coisa grita. — Diz e eu dou risada. Dou um abraço rápido nele.

— Tá mais ou menos desculpado. — Falo rindo e saio.

Vou até o estacionamento e encontro Laura já dentro do carro. Entro e peço a chave do carro, ligo ele e começo a dirigir pra casa do meu pai. Pego minha coca e vou bebendo.

— Você perdeu a noção do tempo? Demorou pra caralho. — Diz e eu fico sem saber o que dizer. — Por que tá com o gloss borrado?

— Por nada. Fiquei conversando um bom tempo com o Saka.

— Não sabia que agora o Saka era o Martinelli. — Ela fala e eu paraliso.

— Do que tá falando? — Me faço de sonsa, mas os pensamentos intrusivos voltam à tona.

— Vi você beijando ele. — Ela fala e me engasgo com a Coca Cola.

Quando me recupero pergunto a ele de onde ela tirou isso.

— Eu vi com os meus próprios olhos, quem diria, Maitê traindo Miguel. — Ela diz e eu sinto vontade de chorar.

— Para. Foi um erro. — Digo vendo a merda que já tava feita.

— Não foi um erro, disso eu tenho certeza. Você nunca trairia ninguém, nem se fosse pra dar um troco. Você tem algo de especial com o Gabriel que você ainda vai desvendar. Só estou me gabando pois eu e os meninos ganhamos pela ótima intuição.

"— os amigos do Gabi falaram que seu namorado vai perder pra ele. E não é por nada não... mas, sinceramente, pra irmã pra irmã... posso te falar uma coisa?

— pode ué. —Digo estranhando.

— eu concordo com eles. —Diz e eu me estresso.

— você tá achando que eu vou trair meu namorado? —Pergunto indignada.

— não... é só que... sei lá, você ainda vai entender!"

Me recordo do diálogo que tivemos dias atrás e ela teve razão, eu gosto do momento mas eu me sinto totalmente confusa, não sei o que eu faço. Isso tá me torturando de uma forma inexplicável, vou tentar falar com o meu pai hoje.

É a primeira vez que se beijam? — Laura pergunta.

— Não. Ficamos no aniversário do Davi. — Digo meio arrependida.

— Sabia! Caramba, vocês são muito fingidores! Quem poderia imaginar vocês dois ficando enquanto tá de rolo com outra pessoa.

— Tá bom, pode parar. Já entendi tudo. — Digo cansada do assunto.

— Desculpa. Só não pensa que isso foi um erro, que não foi...

[...]

Já estava com alguns minutos que estávamos almoçando, todos se falando, um clima bom, mas eu tava quieta, sem querer falar nada e se alguém me perguntasse algo eu só negava ou assentia.

— Tá tão calada. Aprontou algo, foi? — Lorena pergunta e eu estranho sua pergunta. Será que meu pai falou algo pra ela?

— Não. Só tô pensando em algumas coisas. — Digo.

— Tá com cara de que comeu e não gostou; levando pro pessoal, aprontou e se arrependeu.

— O que você tá querendo dizer com isso? Eu só estou calada. — Digo impaciente, já acreditando que meu pai disse alguma coisa.

— Não fique nervosa, princesa. É a vida. — Diz e eu reviro os olhos.

— Não fala mais comigo, Lorena. Você me cansa.

— Que educação é essa, tá vendo né, Mikel?

— Deixa ela em paz, Lorena! Você tá deixando minha filha brava. — Meu pai diz e eu sorrio fraco.

Ele beija minha testa, um dos atos que eu mais amo em toda minha vida.

— Te amo.

— Também te amo.

Coisa certa. - Gabriel Martinelli. Onde histórias criam vida. Descubra agora