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11 de maio.

— A mãe nem vai ver os jogos da copa América. — Fala Laura entrando na cozinha.

— Sério? Eu tava até animada mas desanimei. — Digo e ele sorrir fraco.

— A gente ver pela TV. — Diz dando de ombros. — Como foi a noite com o Miguel?

— Normal. — Falo.

— Aham, sei. — Me olha com um sorrisinho.

— Para, Laura. — A repreendo.

— Falei nada.

— Do que estão falando? — Nossa mãe pergunta.

— Da noite que a Maitê teve com o Miguelzinho.

— Tá, mas aconteceu o que? — Pergunta curiosa.

— Quer mesmo saber? — Laura pergunta e a minha mãe gargalha. Eu reviro os olhos pegando o celular.

— Deixa sua irmã, Laura. Você pega demais no pé dela.

— Escutou? Você pega demais no meu pé, desencana um pouco, vida. — Digo e ela rir.

— Tá bom, anêmica.

— O que aconteceu entre você e o tal Gabriel? — Minha mãe pergunta e eu olho pra Laura.

— Não quero falar sobre isso, mãe...

— Filha, eu sei, mas você precisa desabafar um pouco.

— Se é isso que vocês querem saber, sim! Estou me sentindo totalmente desgastada por ter ficado com o Gabriel enquanto namoro, e o nosso afastamento tá me deixando louca, eu sei que nós fomos fomos os culpados de tudo, e eu não sei o que tava pensando quando beijei ele, quando beijei de novo... quando acabei permitindo ter borboletas na barriga por ele. Pra falar a verdade nunca mais tinha sentindo isso, mesmo namorando o Miguel. O Gabriel consegue tirar a melhor versão de mim e eu o odeio profundamente por isso. Eu queria só poder demonstrar todos os meus sentimentos sem ter que reconhecer meus erros. — Desabafo chorando e elas duas me abraçam.

— Não fica assim, meu amor. As pessoas erram, eu não vou falar que errar é humano, porque não é. Mas você é minha filha e eu te conheço muito bem, nem se você odiasse muito a pessoa você a trairia, e o Gabriel eu tenho certeza que te entende e esse garoto... ele é muito especial pra deixar minha filha assim, viu? — Ela diz tirando uma risada minha. — Eu não sei se alguém já te falou isso, mas o tempo sempre mostra a direção. Deixa as coisas acontecerem naturalmente, porque ninguém aqui quer ver você chorar e se desgastar tanto assim. Essas coisas aconteceram, você errou, reconheceu seus erros e isso que importa. Eu não quero falar agora a minha perceptiva de vista sobre o futuro, mas se acontecer eu vou dizer: foi isso que eu pensei.

— Obrigada, mãe. Eu te amo.

— A mãe não quer dizer, mas eu digo. Você vai terminar com o Miguel, vai ficar um clima estranho como sempre, ele vai terminar o lance com a lacraia, vocês vão começar a ter uns empurrãozinhos de leve, vão começar a ficar sério, vão namorar, casar e ter dois filhos, gêmeos, tá? Um homem e uma mulher. — Laura fala fazendo eu dar uma risada alta.

— Só vocês mesmo. Eu amo muito vocês e não sei o que seria de mim sem minha mãe, sem a Laura e sem o papai também. — Falo abraçando elas com força.

Nos separamos e eu vou pro meu quarto, o resto do dia passei no quarto realizando trabalhos pra faculdade. Quando terminei, uma amiga que eu via de vez em quando quando ela vem pra cá me liga.

— Sofia? Meu Deus, que saudade. — Falo ao atender.

Vem aqui na frente da sua porta e mata essa saudade. — Diz e eu arregalo os olhos.

Desligo a chamada e vou correndo pra sala abrir a porta, quando abro, vejo a Sofia com um sorriso enorme me olhando.

— Amiga, que surto foi esse? — Pergunto a abraçando forte.

— Sua vaca, vou morar aqui agora.

— Tá brincando! Entra.

Ela cumprimenta minha mãe e Laura e nos sentamos no sofá.

— Decidiu vim morar com a família agora foi? — Pergunto rindo.

— Saudade, né, amiga? Tava tudo resolvido por lá então vim morar aqui. Eu tava morrendo de saudade sua também. — Fala.

— Uai, eu também. Você demorou mais pra vim, e quando vem trás essa surpresa... eu amei.

— Eu só vim aqui te dar um oi, vou ter que ir pra casa agora, mas temos que marcar um date de amigas a noite pra você contar tudo, ok? Eu te amo, meu amor.

— Eu também te amo. Não vai esquecer de marcar esse date, porque eu sou a primeira a esquecer. — Falo rindo.

— Sim, ela continua com esse esquecimento horrível. — Laura fala e Sofia começa a rir.

— Espero que ela não se esqueça de todas as fofocas pra me contar... porque eu preciso saber de tudo.

— Eu me convido pra esse date, e pode deixar que eu te conto tudo.

— Eu não ia pro date sem você, Laura. — Falo e elas me olham sorrindo.

— Não lembro da Maitê fofa assim, alguém em conta o que aconteceu? — Pergunta Sofia.

— Sabe quem deixou ela assim? O Ga...

Tampo a boca de Laura ante sair ela complete o nome do Gabriel. Essa menina tem cada uma, não é possível.

— QUEM É GA, AMIGA? — Sofia literalmente grita. —Seu namorado não é um tal de Miguel?

— Você não tinha que ir embora? — Pergunto rindo.

— Vagabunda, você vai me contar, mas que bom que você lembrou que eu tinha que ir embora, tenho que cuidar de tudo da minha volta.

— Não pense que eu tô te expulsando, tá?

— Que nada, Maitê. Eu te conheço, mas quero que me conte tudo quando a gente sair, e leva mesmo a Laura. — Fala. Nós nos despedimos e eu olho pra Laura fuzilando ela.

— Você não sabe ficar calada, Laura.

— Desculpa, mas ela iria saber do mesmo jeito, né? — Fala dando de ombros.

Da no mesmo, pra falar a verdade. Mas a gente releva isso.

— Quero saber quem é seu boy. — Falo cruzando os braços.

— Eu? Maitê você não me conhece mesmo, não sou você que pega dois ao mesmo tempo. — Laura diz e eu pego meu chinelo correndo atrás da mesma. — Não menti.

— Só deveria ficar calada, Laura, eu vou te matar.

Coisa certa. - Gabriel Martinelli. Onde histórias criam vida. Descubra agora