Curado Pelo Amor | Romance Cristão [ Revisado ]

Capítulo 8

Depois do almoço e de alguns minutos rindo das bobagens um do outro, decido levá-la ao meu lugar favorito.

- E finalmente, bem vinda ao palco do melhor time de basquete universitário das américas. - Anúncio ao abrir o portão e dar passagem pra ela.

- Então esse é o famoso ginásio. - Comenta assistindo se longe alguns dos rapazes já se aquecendo.

- Isso ai. É aqui onde eu treino todo dia e onde acontecem alguns jogos. - Explico mostrando as bandeiras e os painéis. - Se não tiver nada pra fazer, pode assistir um pouco, acho que o treinador não vai se importar.

Vejo ela olhar para a quadra e tombar a cabeça, nesse segundo eu me arrependo do convite e imagino como deve estar sendo chato ficar o tempo todo com alguém que mal conhece.

- Tudo bem, eu fico. - Ela diz para minha total surpresa.

- Sério ? Tipo, não vai ser um saco pra você ? - Questiono atropelando as palavras.

- Jamais... Juan eu tô vivendo tudo isso pela primeira vez, quero aproveitar as experiências. - Comenta me olhando nos olhos.

- Até ficar assistindo jogos de basquete ?

- Até assistir o meu único amigo jogar ! - Concorda me empurrando até a quadra.

Seu comentário me anima e após deixá-la na arquibancada com os nossos materiais, eu corro para me trocar e me aquecer.

- Chegou cedo Maria, gostei de ver. - O treinador Blake diz ao passar por mim. - Como andam as coisas, garoto ? Faz tempo que a gente não conversa de verdade.

- Eu tô bem, tenho me alimentado melhor e consegui parar de beber. - Explico ofegante. - Sabe, eu só consegui porque encontrei a ajuda de alguém importante. - Assumo ao apontar para o "céu".

- Fico feliz, cara. E olha que dessa vez não foi com a minha insistência. - Ele brinca me lembrando das vezes que me convidou para ir à igreja.

Nós rimos e aos poucos o resto do time chega para começarmos o treino. Eu tento focar apenas nas atividades, mas de vez em quando meu olhar buscava pela brasileira na arquibancada e a vontade de querer impressioná-la grita dentro de mim.

Certo momento, Tyler que estava no time oposto ao meu se aproxima com a bola nas mãos. Naturalmente começo a marcá-lo e nosso olhar se cruza por um tempo, o rapaz de pele parda olha para Samy e ri divertido antes de me driblar com facilidade.
A bola entra na cesta e ele comemora dançando como provocação.

- Parece que a estrela do time está se apagando. - Diz sarcástico ao passar por mim.

- Algumas nunca brilharam. - Devolvo sem olhar em sua direção.

- O que você disse? Repete! - Tyler se aproxima com o peito estufado.

- Atenção, segue o jogo! - O auxiliar grita e todos assumem suas posições.

Olha, foi difícil engolir as diversas piadinhas durante o treino. Eu evitei retrucar para não sair do controle, mas caso Tyler sonhasse falar sobre Samyra, a minha paciência iria desaparecer em segundos.
Sei que temos nossas questões, ele ainda não está pronto pra seguir em frente e tudo bem. Fale o que quiser de mim, mas dela não !

- Ok pessoal, todos aqui. - Blake chama e o time se reúne no centro da quadra. - Vocês precisam entender que a nossa falha é a comunicação. Caramba, eu já cansei de falar que o jogo não anda se só um direcionar ! Vocês precisam estar na mesma sintonia dentro da quadra.

- Tá difícil, treinador. - Assumo de cabeça baixa enquanto limpo o suor.

- A sua mente tá fora daqui, esse é o problema. - Tyler, o capitão inicia. - Se deixasse de pensar em mulher conseguiria parar o meu lance.

- Eu pararia você, se quisesse, mas o seu time tá na perdendo. - Comento apontando para o placar. - Me agradeça por não ter 50 pontos separando a gente, de novo.

- Ótimo... já terminaram? - Treinador Blake pergunta irritado com a nossa postura. - Esse é o problema, vocês dois! Por isso, enquanto não se resolverem e passarem a agir como adultos, estão os dois no banco.

- Era só o que me faltava. - Resmungo e saio da quadra bufando de raiva.

- Cara respira, mas vocês mereceram. - Gabriel comenta vindo atrás de mim. - Ninguém aguenta mais, se resolvam logo e voltem a jogar.

- A culpa não é minha, ele quem insiste nessa. - Me defendo sentando no banco e jogando uma toalha para cobrir a cabeça.

Com a visão bloqueada, não vejo Tyler se aproximar e Gabe sair daqui, apenas me assusto com a voz.

- Também detesto isso, mas não pretendo fazer o simpático.

- Essa guerra é contra você mesmo. - Aviso deixando a toalha descansar apenas no pescoço. - Eu não tenho mais nada pra explicar e todo mundo aqui já esqueceu o que houve.

- Eu não. - Sussurra e sai direto para o vestiário.

Céus, como eu poderia resolver algo com ele?
Não consigo trocar meia dúzia de palavras sem ser provocações ou sarcasmo, e olha que ele já foi meu amigo.

- Juan, cinquenta suicídios em um minuto. - O treinador diz se virando pra mim.

- Qual é Blake... - Tento, mas ele encara o relógio e põe o apito na boca.

O resto dos rapazes voltam a jogar enquanto eu dou a vida para atravessar a quadra em menos tempo possível.