Quando em 1918...

III

Eu me espreguicei em minha cama. O sonho de ontem foi muito louco, eu sonhei com um Edward humano, lindo e que corava docemente, eu sempre gostei de imaginar Edward como humano, mas nem em meus sonhos mais loucos ele poderia ser tão... Perfeito!

Eu senti algo esquentar a minha pele e então me virei de lado e abri os olhos. A claridade do sol entrava pela minha janela, isso não era normal para Forks. Procurei o amuleto da tal cigana e não o encontrei.

–Querida acorde, temos que ir à missa. –ouvi a voz de minha mãe atrás da porta e sentei assustada em minha cama.

Eu estava mesmo em 1918? Não era sonho? Eu voltei mesmo ao passado? Então quer dizer que  não poderia voltar para o futuro? Então a única forma de eu ter Edward de volta era como humano? Eu nunca mais teria meu Edward vampiro de volta para mim?

Levantei muito confusa e lavei o rosto em uma bacia de água em cima da minha penteadeira. Fui até o guarda roupa e peguei um vestido amarelo.

–Você está linda. –disse meu pai quando me viu descendo as escadas. –Tome seu café. –disse ele me acompanhando para a cozinha.

–Espero ver os Masen hoje. –comentou minha mãe. –E que eles mantenham em pé a idéia do jovem senhor Edward lhe dar aulas de piano querida.

–Mamãe a senhora não esta exagerando um pouco? –perguntei encabulada.

–Só estou prezando pelo seu futuro meu bem, quero que você tenha um bom casamento como eu tive. –ela disse olhando carinhosamente para meu pai que lhe sorriu de volta.

–Mas não é muito cedo para eu me casar... Quer dizer, só tenho 18 anos e... –eu comecei a dizer, mas minha mãe me interrompeu.

–Claro que não, eu me casei com 17 e conheço moças que se casaram muito mais cedo do que eu. –disse minha mãe. –Sua idade é perfeitamente aceitável para o casamento. –ela disse.

Se a Reneé do futuro ouvisse a do passado falar isso, ela teria uma sincope. Eu teria que me acostumar com as idéias conservadoras de 1918, teria que controlar meus pensamentos e aprender a falar mais polidamente e não usar algumas gírias do século XXI. Seria difícil eu me acostumar com isso, mas desde que visse Edward todos os dias, eu me esforçaria ao máximo para me sair bem nessa época.

Assim que terminei meu café, saímos de casa. Andamos na pequena praça e me deparei diante de uma pequena igreja. Nunca fui muito religiosa, meus pais também não o eram, apesar de minha mãe do futuro às vezes ter seus surtos religiosos, não éramos muito de freqüentar uma igreja, mas ao que parece meus pais do séc. XX iam à igreja. E como a boa filha que estudou em um colégio para freiras, eu tinha que acompanhá-los.

Acomodamos-nos um ao lado do outro e as horas seguintes foram destinadas a assistir e ouvir o sermão que o pastor nos aplicava. O reverendo Weber, quantas mais surpresas eu teria agora? Descobri que Ângela também havia vindo para a nossa época, quem mais será que eu veria? Será que ao voltar para o passado eu trouxe todo o meu futuro junto comigo?

Minhas perguntas foram respondidas quando a missa acabou. Do lado de fora da igreja varias pessoas conversavam animadamente e um casal com um rapaz logo atrás se aproximavam de nós.

–Os Newton. –minha mãe sussurrou para mim, claro que eu sabia quem eles eram, mas eu não poderia dizer isso em voz alta poderia?

–Como vão. –a senhora Newton nos cumprimentou. –Essa é a senhorita Isabella? –ela disse me olhando.

–Sim. –disse a minha mãe. –Nossa pequena voltou para nós.

–Mas ela já é uma moça muito bonita não é Mike querido? –a senhora Newton se virou para Mike que ficava me encarando.

–Realmente, muito bonita. –ele se inclinou pegando a minha mão e depositando um beijo nela me fazendo corar.

–Será um prazer recebe-los em nossa casa um dia desses para um jantar. –ofereceu a senhora Newton, mas eu não prestei muita atenção ao que ela dizia, pois nesse exato momento eu via Edward do lado oposto me olhando de volta, eu sorri timidamente e abaixei a cabeça e de relance vi que ele sorria mais em aberto.

–Sim, nós nos vemos. –disse meu pai e eu levantei a cabeça para ver os Newton se afastar.

–O que tanto olha querida? –minha mãe disse em meu ouvido. –Oh olhe ali os Masen vindo. –eu levantei a cabeça na hora e os vi vindo em nossa direção.

–Bom dia. –ouvi a voz grave do pai de Edward.

–Bom dia. –respondi timidamente.

–Um belo sermão o de hoje não é mesmo Reneé? –perguntou a mãe de Edward, Elizabeth Masen, para a minha mãe.

–Muito bonito, realmente. –minha mãe disse.

–Nosso Edward comentou conosco no café da manhã sobre as aulas de piano que oferecemos a querida senhorita Swan. –disse a senhora Masen. –E se for de bom grado a vocês, eles poderiam começar ainda hoje depois do almoço. –eu olhei para cima corada em tempo de ver a senhora Masen piscando para a minha mãe.

–Será maravilhoso, não é querida? –minha mãe me perguntou.

–Se não for incomodar. –sussurrei tão baixo que eu duvidava que pudessem me ouvir.

–De forma alguma, será um prazer para nosso filho. –a senhora Masen deu uma risadinha.

Meus pais conversaram mais alguns minutos com os Masen e logo depois íamos para nossa casa.

–As aulas de piano serão ótimas para vocês se aproximarem querida. –disse a minha mãe.

–Não exagere mãe. –falei baixinho e ela fingiu não me ouvir.

–Senhor Swan, o senhor reparou no filho dos Newton cortejando a nossa querida Isabella. –comentou a minha mãe. –E não foi só ele, vários rapazes da sociedade a olhavam, creio que nossa filha terá uma longa fila a esperando, mas faço muito gosto da união dela com o filho dos Masen, eles são realmente de boa família e... –parei de ouvir o tagarelar de minha mãe e olhei suplicante para meu pai que só sorria e balançava a cabeça em negação para a animosidade de minha mãe.

Enquanto minha mãe tagarelava sem parar, me peguei mais uma vez imaginando como seria um encontro entre a Reneé do passado e a Reneé do futuro. Um desastre de proporções épicas no minimo. E haveria sangue se eu bem conhecia minha mãe do século XXI.

N/A: E aí o que acharam? O que será que vai acontecer nessas aulas de piano?

Bjus ☺