XVII

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Quando Anthony completou 17 anos, eu já havia feito duas faculdades, literatura e psicologia. Edward havia ido me buscar na faculdade –com uma parada rápida no caminho para tentar suprir a necessidade que tínhamos um do outro- e quando chegamos em casa encontramos Anthony sozinho sentado na mesa de jantar.

–Querido onde estão todos? –perguntei alisando seu cabelo bagunçado, iguais aos de Edward, para trás.

–Pedi para que saíssem. –ele sorriu para mim o seu sorriso.

–Porque você está recitando Shakespere? –Edward olhou confuso para ele. Pois é, Anthony aprendeu como driblar o dom de Edward.

–Quero conversar de igual pra igual com vocês. –ele disse.

–Pode falar. –me sentei ao seu lado.

–Eu quero que vocês me transformem em um vampiro.

–Como? –Edward e eu dissemos ao mesmo tempo, eu estava chocada com suas palavras e nem ao mesmo disse mais nada.

–Não. –foi o que Edward respondeu.

–E quero que a mamãe me transforme. –ele disse como se Edward não tivesse dito nada.

–Não Anthony! Eu não posso... eu...

–Vocês sabem que um dia eu vou morrer certo? –ele me olhou e tive a sensação de que meu corpo estava congelando.

–Anthony... –Edward sibilou em tom de aviso.

–Mãe, pai... Eu quero isso para mim e já me decidi há anos atrás, só estava esperando ficar mais velho para pedir.

–Eu preciso pensar... –sussurrei alto o suficiente para que ele me ouvisse.

–Tudo bem. –ele se levantou e foi para seu quarto. –Mas eu não quero parecer mais velho do que meus pais. –ele resmungou e ouvi Edward rir nervosamente.

–Ele está parecendo comigo quando era humana no futuro e queria me tornar uma vampira. –resmunguei.

–O que vamos fazer? –ele me perguntou.

–Eu não sei, mas não quero ter que perder ele um dia. –essa era a minha única certeza.

Na véspera do aniversário de 18 anos de Anthony fiz tudo exatamente como Carlisle havia me ensinado e transformei Anthony. Fiquei o tempo todo ao seu lado zelando por ele, e eu não suportava vê-lo se contorcer de dor e eu podia ver claramente que ele se segurava para não gritar de dor e aquilo me torturava mais ainda, ver mesmo que sofrendo, que meu filho pensava no bem estar mental de sua família. Todos estavam ali ao seu lado lhe dando o apoio da presença, e lentamente vi o meu menino humano se tornar o homem vampiro, mas ele sempre seria o meu bebê!

Dois meses depois da transformação de Anthony nos mudamos para o Alasca e trombamos com uma família de vampiros vegetarianos como nós, os Denali. Ao todo eram cinco, quatro mulheres –Tânia, Kate, Irina e Carmem- e um homem, Eleazar. Não pude deixar de notar que Tânia não parava de olhar interessada demais para Anthony e não gostei nem um pouco, ele era uma criança ainda!

Meu filho além de ser um vampiro super controlado, tinha um dom surpreendente. Ele era capaz de nos mostrar seus pensamentos com apenas um toque. E foi uma surpresa para nós descobrir que Eleazar era capaz de sentir nossos poderes.

–A família de vocês é bem dotada de poderes. –ele comentou conosco. –Um leitor de mentes, uma vidente, um controlador de emoções, alguém super forte, alguém que é capaz de nos mostrar seus pensamentos e um escudo mental. –ele resmungou para si mesmo, muito pensativo. –Se os Volturi descobrem...

–Quem é o escudo mental? –foi Emmett quem perguntou.

–Isabella, quem mais seria? –Eleazar me olhou.

–Eu? –olhei chocada para ele.

–Sim você.

Ok, eu era um escudo mental, ou seja, nenhum vampiro que usasse da mente para atacar ou demonstrar seus poderes me afetaria. Jasper controlava minhas emoções, mas ele só me passava essas sensações como uma bolha se ampliando em mim, não era nada mental; Alice podia ter visões comigo por que o futuro estava em minhas decisões, portanto estava em um plano físico e acredito que Anthony só era capaz de me mostrar seus pensamentos porque era necessário do toque físico para isso ou porque ele fazia parte de mim também. Edward ficou muito frustrado por não poder ler minha mente.

Com o passar dos anos aprendi a estender meu escudo para mais pessoas além de mim e virtualmente descobri que eu poderia retirá-lo quando quisesse. Presenteei Edward, quando completamos 20 anos de casados, com momentos de leitura a minha mente –mostrei a ele tudo, desde quando o conheci como vampiro e como humanos, até o dia de hoje- a noite foi produtiva com essa descoberta!

Já sabíamos quem e o que eram os Volturi, a realeza e a lei dos vampiros, quando fomos apresentados a eles. Aro o líder deles mal pode conter sua excitação em ter alguns membros de nossa família em sua guarda, o que prontamente recusamos e deixamos isso muito mais do que claro, mas ele disse que a proposta sempre estaria de pé.

Estávamos em 1988 e freqüentávamos novamente o Ensino Médio na cidade de Tacoma em Washington. A história que contamos a todos foi: Jasper e Rosalie eram irmãos mais novos de Carlisle, seus pais estavam viajando pelo mundo então moravam com o Dr. Cullen; Emmett e eu éramos irmãos e nossos pais haviam morrido em um trágico acidente de carro e fomos morar com nossa única parenta viva, a tia Esme; Alice, Anthony e Edward eram irmãos, e seus pais também morreram quando jovens e então foram adotados pela família Cullen, todos comentavam sobre os quão bondosos e extremamente ricos eram o casal Cullen, além de toda a família ser extremamente linda.

Estávamos no refeitório na hora do almoço, ouvindo o burburinho de estudantes animados quando vi Alice enrijecer.

–Alice desde quando você tem visões com nascimento de humanos? –Edward perguntou com uma careta.

–Não sei, mas é uma menina! –e ela pegou uma maçã fingindo comê-la.

Quando em 1918...Onde histórias criam vida. Descubra agora