XII

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6 meses se passaram.

Os seis meses mais perfeitos e felizes que eu já tive em vida, mesmo no futuro. Anthony estava crescendo a cada dia mais, e cada vez mais parecido com Edward e comigo. Seus cabelinhos bronzes em cachinhos, seus olhos cor de chocolate, as bochechinhas pálidas, o narizinho arrebitado, o queixo tinha o mesmo formato que o de Edward e desde pequeno você já podia ver que ele tinha um sorriso fatal, era só ele sorrir que tanto Edward como eu caiamos em suas graças e fazíamos qualquer coisa para ver aquele sorriso novamente, ele era a criança mais perfeita do mundo. Todo mundo que o conhecia o amava, meus pais, meus sogros, meu irmão e até mesmo Carlisle que sempre nos visitava com freqüência agora, pois ele havia virado um grande amigo da família e Edward praticamente o idolatrava por ter salvado a Anthony e a mim no parto. Carlisle influenciou muito Edward na escolha de carreira e ele agora estava esperando Anthony completar um ano de idade que logo ele voltaria a se candidatar nas faculdades de Medicina.

Como os meses foram se passando sem nenhuma novidade assustadora eu me permiti criar a esperança de que a epidemia de gripe nunca aconteceria, de que ela não chegaria devastando vidas, mas eu sempre tinha aquela sensação chata de que algo estava para acontecer.

Eu brincava com Anthony na sala de estar quando Edward chegou, como de costume ele me deu um beijo e depois um beijo em nosso filho e se sentou a nosso lado, ele tinha uma expressão um tanto quanto preocupada.

–O que foi? –perguntei alisando a ruga de preocupação entre suas sobrancelhas, que ao meu toque se aliviou.

–Nada. –ele disse numa tentativa de sorriso.

–Se fosse nada você não estaria preocupado, eu te conheço então fale.

–Não é nada amor, é só uma preocupação boba.

–Mas eu quero saber. –pedi olhando em seus olhos.

–Tudo bem. –disse ele tirando algo de dentro do seu palitó. –Mas não precisa se preocupar, como eu disse não é nada. –ele me entregou um embrulho, era um jornal.

Passei os olhos rapidamente procurando alguma noticia que pudesse ter deixado Edward tão preocupado e quando vi a manchete, "Epidemia de Gripe chega a Boston matando milhares de pessoas", eu senti meu coração parar de bater e o sangue fugir do meu corpo, e então o sangue voltou a bombear com velocidade em meu peito.

–Não. –eu disse baixinho, eu sentia as lágrimas escorrendo livremente em meu rosto agora e então o toque suave de Edward limpando-as.

–Não vai chegar aqui. –ele disse tentando me acalmar e agora eu chorava compulsivamente em seu peito.

–Não. –era só o que eu conseguia repetir.

–Dá dá! –senti leves batidinhas em minha perna e vi Anthony se escorando em mim, seus olhinhos me olhavam preocupados e o puxei para os meus braços, abraçando a Edward e a ele o mais apertado que eu podia.

–Não vai chegar aqui amor, é só uma gripe, não precisa se preocupar. –Edward murmurava palavras calmantes em meu ouvido, mas não funcionava, eu sabia que ia chegar e sabia que essa gripe iria matar toda a nossa família e eu não podia fazer absolutamente nada. Nada!

Se ao menos eu tivesse sido uma daquelas pessoas incrivelmente inteligentes no futuro, que descobriam a cura para diversas doenças... se eu fosse dotada de alguma super inteligência eu poderia tentar salvar quem eu amava, mas eu era um fracasso tanto no futuro quanto no passado, pois no futuro não fui capaz de manter Edward perto de mim e agora no passado, não seria capaz de salvá-lo.

Naquela noite quando fomos dormir eu tivesse necessidade de ter Edward comigo, não foi sobre amor, nem carinho, foi sobre desejo e necessidade, pela primeira vez fizemos sexo, foi forte, rápido e intenso, por quase a noite toda, eu simplesmente não tinha o suficiente de Edward para me saciar e por mais que ele me dissesse que ficaria tudo bem, eu sabia que ele não acreditava em suas palavras, e me felicitei ao sentir Edward correspondendo ao meu desejos com tanta intensidade quanto eu.

Quando em 1918...Onde histórias criam vida. Descubra agora