P. O. V. Harleen Quinzel
Pamela Isley estava se mostrando uma verdadeira idiota!
Depois de brigarmos e decidirmos qual seria o destino de nossa relação, o contato que tivemos foi apenas o necessário para resolvermos pendências sobre nós mesmas ou coisas que restaram em nossa casa, bom, nossa antiga casa. Cada uma pegou o que queria, e por fim, Pamela disse que procuraria outro lugar para ficar, portanto, a casa ficaria para mim. No calor do momento, quando nossas emoções estão à flor da pele e não lembramos de usar a razão, achei que ela estava até mesmo me fazendo um favor. Já estava acostumada com o bairro, era relativamente próximo do meu trabalho e bem localizada, fora que uma mudança neste momento da minha vida iria atrapalhar totalmente minha carreira e rotina. No entanto, depois que toda a tensão passou, o cenário mudou um pouco.
Era estranho olhar aquela casa e não encontrar mais ninguém além de mim. O que restou ali, em cada cômodo, em cada móvel, eram apenas lembranças do que um dia aquela casa presenciou dentro de si. Tais lembranças, também guardadas em minha memória, sempre estiveram se repetindo em minha mente, causando uma nostalgia agradável e saudosa... Eu pensava que isso não me afetaria, mas eu não poderia estar mais enganada. Relembrar de tudo o que passamos, de cada memória feita em cada canto daquela casa, aquilo havia se tornado um martírio para mim.
Nós tínhamos tudo. Era como se o mundo estivesse aos nossos pés, nada nos impedia, era o nosso mundo feliz. De repente, tudo mudou, e agora eu me encontrava sozinha em um dos cenários principais de nosso amor, desde a compra da casa até o dia em que fizemos amor pela primeira vez...
— Harleen, eu quero fazer amor com você.
Sua confissão em forma de sussurro me pegou desprevenida. Afastei brevemente nossos rostos apenas para conseguir olha-lá nos olhos, tentando entender o que aquilo significava e se ela estava falando sério. Eu nunca havia feito nada parecido, acredito que Pam também já que sua primeira vez havia sido comigo, e como nunca havíamos conversado sobre tal coisa, foi uma surpresa ouvir isso.
— Ruiva, eu...
— Eu sei, eu também nunca fiz isso, mas quero fazer e quero que seja com você — senti uma de suas mãos tocar meu rosto, acariciando-o com ternura, sem desviar o olhar do meu. — É algo clichê, mas eu estou tão apaixonada por você e tão feliz por tudo que estamos vivendo juntas... Eu quero viver todos os clichês com você, e eu quero fazer amor com você.
Aquelas palavras foram o suficiente para acalmarem meu coração, e após sorrirmos uma para a outra, voltamos a selar nossos lábios em um beijo intenso, mas havia algo diferente nele, alguma coisa diferente em nós.
Algo havia despertado em nós aquele dia. Embora inexperientes naquele ato, foi tão natural, repleto de toques amorosos, feito sem urgência para a saciação do prazer e sim aproveitando cada instante... Eu amava o sexo com Pamela, mas fazer amor com ela havia se tornado algo que ficaria marcado em mim para sempre. Não é o tipo de coisa que se faz com várias pessoas, mas sim com aquela pessoa.
Naquele dia, foi como se eu e Isley tivéssemos nos conectado por completo.
A mesma casa que foi palco para um dos cenários mais belos do amor também havia presenciado seu fim. Será que estávamos fadadas a terminar? Em algum momento de nossas vidas, as coisas desandaram, e Pamela começou a guardar tudo para si ao invés de falar comigo, ao mesmo tempo que deixou de ser tão atenciosa... As coisas entre nós mudaram como da água para o vinho, e embora eu pudesse notar alguns motivos para isso ter se acumulado e resultado em nosso término, ainda não parecia ser o suficiente para o justificar. Nós sempre conseguíamos nos reconciliar e passar pelas dificuldades juntas, não entrava na minha cabeça que simplesmente havia acabado. Não entrava na minha cabeça que Pamela chegou a achar que eu estava a traindo.

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Vidas Normais || Harlivy
FanfictionHarley Quinn e Pamela Isley estão juntas há um bom tempo. É um relacionamento comum, poderia ser até mesmo dito como o objetivo de muitos, mas ninguém sabe o que acontece de verdade quando ambas estão sozinhas...