Há três dias que Jhonatan e Justin perderam sua casa na tempestade, sendo a única opção para sobreviver: Buscar um lugar novo. Os suprimentos disponíveis não são muitos, colocaram tudo o que puderam na mochila, mas isso não significa que tenha faltado espaço, na verdade, sobrou. Com tudo o que tinham para se alimentar se resumindo a quatro latas de carne, três garrafas d'água, restos do peixe que pescaram, duas maçãs e dois pacotes de salgadinho, é obvio que não vai durar muito tempo. Principalmente o que logo irá estragar.
A cidade não é um lugar seguro, além de que não seria nada bom o carro parar do nada enquanto estivessem em um lugar desprotegido, já que a gasolina não era muita. Após juntarem suas coisas, partiram em uma caminhada pela mata. Logo após o pequeno riacho acharam uma trilha, mas ela não parece levar a nada até agora.
- Jajá escurece - Afirma Justin.
- Eu sei, vamos esticar essa lona nessas duas árvores - Responde Jhonatan.
- Jhon – Chama Justin.
- Fala.
- O martelo.
- O que tem? Estava com você.
- Não tá na minha mochila, falei pra você pegar no chão que deixei onde a gente armou acampamento ontem.
- Tá de brincadeira né.
- Não, não estou, eu falei pra você pegar.
- Eu não lembro disso.
- Mas eu falei, merda – Diz Justin revoltado.
- Ok, ok, dá pra armar a lona só amarrando.
- Não vai dar certo.
- Prefere dormir sem nem tentar fazer um teto?
- Não... Vamos logo montar isso então, e antes de dormir você vê como tá minha orelha.
- Voltou a doer?
- Acho que pra ter "voltado" tem que ter parado em algum momento.
Jhonatan reage preocupado com o que Justin diz, então caminha até ele, segura seu rosto e olha o ferimento. Sua reação não é boa.
- Tá com secreção.
- Esse negócio que eu sinto escorrer?
- Exato. E tá inchado. Acho que isso infeccionou.
- Mas não tinha melhorado?
- Deve ter entrado em contato com alguma coisa depois da tempestade, sujeira, bactéria, sei lá, qualquer coisinha assim num ferimento desses pode dar nisso.
- Ainda fico chocado que você ia pra uma faculdade de artes visuais e não medicina.
- Sabe que fui obrigado pela vida a aprender algumas coisas básicas, a saúde da minha mãe não era muito boa.
- Sim. Calma, porque "era"? Fala como se ela tivesse morrido.
- Eu amo ela, mas já fazem quase... não, mais que dois meses, não sei quanto tempo desde isso tudo, que não vejo ela. Viva ou não, não quero criar expectativas igual criei com o Davi. E assim faço com os outros.
- Pati e Erik? - Pergunta Justin.
- É.
- Entendo. Bem, errado não tá, se ficarmos nos prendendo a esperanças assim pode ser que só haja decepção no futuro, mas não acho que a gente precise tratar como morto quem não tá aqui.
- Talvez - Fala Jhonatan mexendo na orelha de Justin.
- AI AI AI... Aí não.
- Eeei, calma, eu tenho medo de como isso esteja mais pra dentro no seu ouvido, em lugares que não alcanço. Se tiver muito pior não sei se consigo ajudar.
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Love, Chaos and Zombies
General FictionOlá, leitor! Curioso para ler "Love, Chaos and Zombies"? Se prepare para muita adrenalina, suspense, descobertas, conflitos, e é claro, zumbis! Nos tempos atuais, Jhonatan, gentil, artista e apreciador da natureza, e Justin, animado, popular na esco...