CAPÍTULO 8

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— Não é bem assim, Ethan... — Yuri diz — "Quase parte da família" é uma expressão muito forte. — Completa, sorrindo envergonhado.

Olho para Ethan, que abre a latinha do seu refrigerante com dificuldade, com os músculos do seu braço tensos pela resistência da tampa.

— Mas é quase isso, Yuri. — Ele diz, tomando seu primeiro gole, gemendo com satisfação assim que o faz.

Direciono minha atenção para Yuri, que ajeita seu cabelo para trás, enquanto olha frustrado para mim. Escutar essa frase vindo de Ethan acaba com todas as minhas expectativas de que, um dia, ele aceite "nós dois". Quer dizer, "nós dois" não existe de fato, mas... é quase isso, certo? Nunca tive tempo para pensar em como Ethan reagiria se soubesse de nós e, honestamente, prefiro não pensar nisso agora.

Vejo meu irmão dar mais um gole da sua bebida, enquanto sinaliza com os dedos para que Yuri o acompanhe. Os dois saem e eu fico a sós novamente com Sean, que permanece calado desde a primeira frase dita por Ethan.

— Stella... — Sean diz, aproximando-se de mim com cautela — Mamãe pediu para que eu te convidasse para jantar lá em casa hoje à noite. O que acha? — Pergunta, ignorando completamente tudo que acabara de acontecer.

Não consigo compreender. Antes de Yuri chegar, soou quase como uma súplica quando ele pediu que eu lhe dissesse o que eu pensava sobre o assunto. Mas agora que Ethan e Yuri foram embora, ele apenas deixou de lado o assunto anterior, para me perguntar se eu quero jantar em sua casa?

— Ela vai fazer seu prato preferido! E disse que não aceita não como resposta. — Completa, enquanto olha para mim de maneira aconchegante.

— Tudo bem, Sen! Eu irei. — Sorrio para o mesmo, enquanto olho para os arredores do colégio.

Sinto meu coração errar uma batida quando o sinal toca novamente, indicando que deveríamos voltar para a sala.

 
Estamos no carro de Yuri, voltando para casa depois de uma manhã longa e cansativa no colégio. O dia está quente, tornando toda a atmosfera estressante. Suspiro fundo, enquanto coloco levemente o meu rosto para fora da janela, sentindo uma brisa fresca acariciar minhas bochechas. O calor parece intensificar as minhas emoções à medida que o asfalto cintila sob o sol escaldante.

— Quer mesmo que eu te deixe na casa do Alex? — Yuri pergunta para Ethan, que assente com a cabeça.

— Preciso resolver isso logo. — Diz — Vou voltar tarde hoje, cuida da Stella por mim. — Completa, sorrindo de canto.

— Ei! Eu sei me cuidar! — Resmungo, com os braços cruzados.

Sabe, não é como se eu não quisesse ser cuidada por Yuri. Na verdade, se isso acontecesse, acho que poderiam me eleger como a garota mais feliz do mundo.

Ethan ri e eu não posso deixar de olhar para Yuri, que reproduz um sorriso singelo pelo retrovisor. Seguimos o trajeto por mais alguns minutos, até chegarmos na casa do Alex, amigo dos dois, para deixar Ethan. Ele se despede de mim com um sorriso caloroso, e pisca para Yuri, enquanto sai do carro. Olho novamente para o retrovisor, vendo Yuri indicar com a cabeça para que eu vá para o banco da frente. Todas as janelas do carro do seu carro são cobertas por uma película de escurecimento, impedindo que as pessoas de fora vejam o que há dentro do veículo, quem está dentro, ou até... o que estão fazendo dentro dele. Sorrio para o mesmo, movendo-me do banco de trás para o da frente pelo espaço entre os assentos.

— Vou cuidar bem de você. — Ele murmura, olhando de relance para mim.

Assinto, sentindo meu coração acelerar. O calor do sol lá fora contrasta com a atmosfera fresca dentro do carro, criando uma sensação ainda maior de intimidade. Yuri desliza a mão sobre a marcha, traçando padrões hipnotizantes. O carro para em um sinal vermelho, e o mesmo aproveita a oportunidade para se voltar para mim.

— Não gosto de te ver com 'aquele cara'. — Yuri diz com firmeza, enquanto encosta sua cabeça no banco.

— É? — Sorrio de maneira irônica, me virando para o mesmo — Que pena.

Ele ri de maneira sarcástica, levando sua mão direita até minha coxa, aproveitando o momento para apertá-la levemente.

— Eu acho que você 'tá' precisando ser mais educada, Stellinha. — Yuri diz, fazendo um arrepio sutil correr pelo meu corpo.

Idiota.

O sinal volta a ficar verde, fazendo Yuri voltar sua atenção para a estrada. Vejo minha casa se aproximar de longe, enquanto pigarreio para disfarçar minha perplexidade com tudo que havia acontecido. Me ajeito no banco, indicando partida.

— O que Sean disse mais cedo... — Yuri corta o silêncio, me fazendo voltar a atenção para ele — Eu tô muito afim de cuidar de você agora, sabe? — Completa, com um sorriso malandro no rosto.

Puta. que. pariu.

— E como você quer cuidar de mim, Yuri? — Pergunto, olhando para ele de maneira sugestiva, com minha voz carregada de desejo.

O silêncio se instala por um breve instante, quebrado apenas pelos suspiros sincopados que escapam dos seus lábios.

Merda. Ele literalmente me deixa louca.

— 'Que se foda' isso, eu quero muito te foder, Stella. — Ele murmura, com o olhar mais sujo que ele poderia reproduzir naquele momento.

Antes que eu pudesse responder o mesmo, Yuri me beija com urgência, segurando meu rosto como quem implorasse para que eu não fosse embora dali. A pressão dos seus lábios contra os meus é firme, revelando uma vontade contida por tempo demais. A voracidade do beijo traduz um desejo que transborda, uma entrega total ao magnetismo que só existe entre nós dois. Suas mãos, antes contidas, agora exploram ousadamente os contornos do meu corpo, me fazendo arfar em cada curva que ele passava. Os suspiros entrecortados tornam-se uma trilha sonora para um desejo completamente desenfreado. Cada movimento é carregado de uma fome que parece insaciável, uma busca desesperada por mais e mais de mim.

— Vamos para o seu quarto, hm? — Pausa o beijo — Eu preciso muito sentir você. — Sussura, com um sorriso travesso no rosto e o olhar tingido por um brilho completamente malicioso. Cada movimento que ele faz é marcado por uma confiança irresistível, como se estivesse completamente seguro do impacto que tem sobre mim.

E como tem.

Enquanto suas mãos exploram minha pele, meu corpo responde com uma vontade que eu mal consigo conter. Os olhos de Yuri encontram os meus, faiscando com uma intensidade profundamente predatória.

— Quero te sentir tanto quanto você quer me sentir, Yuri. — Sorrio para ele, passeando com minhas mãos pelo corpo inteiramente atlético do mesmo, até chegar em seu membro completamente enrijecido. Escuto Yuri arfar, soltando um palavrão assim que o faço.

— Porra... — Ele diz, jogando a cabeça para trás — Se você continuar assim, eu vou te foder aqui mesmo. — Completa, abrindo os botões da sua calça — Quero te ver chupando o meu pau, Stella... — Murmura, virando seu rosto para mim, com os olhos carregados de vontade.

Caralho.

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