Beyond the Void - (Destiel X Sabriel)

Capítulo 9

Tudo estava perdido, afinal, mais uma vez estava de volta a noite em que havia ido para o inferno, uma lembrança cruel de um tempo que ele esperava ter deixado para trás. Condenado a passar a eternidade torturando e sendo torturado, condenado a uma eternidade de tormento, e aquilo, talvez fosse exatamente idêntico a vivenciar um loop temporal. Um verdadeiro inferno. E dessa vez, sem qualquer esperança em salvações.

O mundo havia mudado completamente desde sua partida, não era como se Sam não pudesse dar conta de tudo sozinho, mas era um fardo enorme que acabava resultando em catástrofes inimagináveis e perdas significativas, além da perda do próprio Dean. Cinco anos em que Sam passou todos os dias de sua vida buscando qualquer método para ter seu irmão de volta, mesmo que todas as vezes algo acabasse dando errado. Ele continuou, contando com o apoio de Gabriel, um grande amigo.

Em uma tarde de outono, um mistifório de cores mornas e luzes suaves ao céu. O sol dourado e distante, lança um brilho pálido sobre o mundo, tingindo tudo com tons de cobre. As folhas caem em um ritmo constante, dançando no ar antes de se acomodarem no chão, formando um tapete de cores vibrantes.

Dentro daquele bunker, Sam se encontra em seu quarto, um completo santuário de solidão e melancolia. As paredes de concreto frio e cinza causam uma sensação de monotonia, mas há uma certa tranquilidade nisso. Seu notebook repousa em seu colo, a luz azulada da tela iluminando seu rosto com um brilho etéreo, enquanto seus olhos se mantêm fixos na tela, analisando um caso que estava a martelar sua cabeça. As palavras passam diante de seus olhos, cada detalhe sendo meticulosamente examinado em busca de respostas.

Pretendia partir para Oklahoma ao amanhecer, havia algo a averiguar em StillWater. Aparentemente algumas pessoas haviam sido brutalmente assassinadas em um hotel de beira de estrada, sem nenhuma explicação e sem deixar para trás nada que comprovasse que eles fossem vítimas de algum louco, e não de algo em outro plano. Parecia de fato que algo estava errado ali.

No fundo, a voz suave de Elvis Presley preenche o quarto, trazendo um pouco de calmaria em meio ao caos. A melodia de "Can't Help Falling in Love" flutua no ar, cada nota carregada de nostalgia e melancolia. A música, embora alegre, tem um tom agridoce que ecoa o estado de Sam. O quarto ainda preenchido com uma sensação palpável de solitude, onde tudo contribui para uma atmosfera de introspecção e serenidade. Entretanto, o silêncio do ambiente é quebrado por um som suave, quase imperceptível. É o som de uma batida na porta, um toque leve e hesitante que parece quase se perder na melodia de Elvis que ainda ecoa no ar.
O Winchester levanta os olhos do notebook, seu olhar se volta para a porta entreaberta, onde ali, parado com uma mão ainda no batente da porta, está Gabriel. A luz do corredor atrás dele lança uma silhueta suave ao redor de sua figura, destacando-o contra o brilho suave e amarelado. Seus olhos encontraram os de Sam, um sorriso tímido brincando em seus lábios.

Sammy sorri de volta, um sorriso calmo que não revela o turbilhão de emoções dentro dele. Ele fecha o notebook e o coloca de lado, seu olhar nunca deixando o do arcanjo.

— Sabe que não precisa vir me ver todos os dias, né?

— Eu sei, você disse isso exatas...1826 vezes, mas não adiantou.

Com um movimento suave, o Winchester se levanta da cama, esticando seu corpo tenso após horas de pesquisa. A colcha de veludo desliza silenciosamente para o lado. Ele se move com tranquilidade, cada passo medido e deliberado enquanto caminha até a porta, ao abrir completamente a porta, Sam foi recebido pela visão do arcanjo, que o esperava pacientemente no corredor. O arcanjo se apoiava na parede, uma expressão tranquila no rosto, mas seus olhos brilhavam com uma chama que só Sam poderia reconhecer.

— Pronto para um intervalo?

Sam assentiu, um sorriso tímido se formando em seus lábios.

— Definitivamente.