Castelo Vermelho, NewVille.
JASPER.
Depois de 8 anos longe de qualquer público ou holofotes, novamente, o nome da minha família está nos jornais.
Não é como se eu gostasse que soubessem da minha mera existência. Quanto menos pessoas por aqui, melhor.Minha mãe sempre foi receptiva, amava visitas, mas eu nunca a vi sair daqui.
Até ontem, eu não fazia idéia de como era o mundo lá fora, porque faziam anos que eu não saía. Aquela maldita mulher me retirou da minha reclusão e paz...A tempestade lá fora estava tão intensa que os vidros avermelhados da janela pareciam estar sendo chicoteados e sacudiam em resposta.
— Jasper, querido. — a voz doce e confortadora de Ema, a velha criada da família, ecoa pelo meu quarto, e eu me pergunto que horas ela entrou. — precisa se alimentar, venha.
Olho em sua direção, sorrindo.
— já vou, Ema.
A luz da vela iluminava seu rosto, já enrugado.
Desde que meus pais se foram, ela continuou aqui e cuidou de mim por todo esse tempo.
Ela vai até a cidade, compra coisas e volta.
Ela me criou e acima de tudo, compreendeu o que sou, sem me julgar.Após ela, caminho para fora do quarto, seguindo pelas escadas longas e em espiral, até a cozinha.
Na cozinha, o ambiente estava levemente mais iluminado, com um prato com sopa e um copo com o líquido avermelhado, tão necessário para a minha existência: sangue.
Bebo de uma vez, sem pensar muito. Para que eu não sinta uma fome mortal, preciso beber pelo menos uma vez na semana, apesar de sentir um certo remorso e uma pontada de ódio.
A sopa parecia apetitosa e seria ela que retiraria o gosto metálico da minha boca.
Dou uma colherada generosa, sentindo o sabor levemente adocicado de um pedacinho de cenoura e o gosto delicioso da batata se misturando na minha língua.
Arfo, Ema é a melhor cozinheira que alguém poderia ter.
Após comer, a tempestade parecia estar mais branda.
Abro a porta pesada do hall de entrada, saindo do lado de fora, na completa escuridão.
Enxergo além dela e consigo ver perfeitamente as árvores e o pátio.
Caminho descalço pela chuva, enquanto meus pés tocam a terra molhada.
Me sinto tão... Vivo.
A parte mais difícil quando se vive em um lugar assim, tão isolado de tudo, é que não há com quem conversar, e Ema não tem muitos assuntos comigo.
Faziam anos desde que eu vi alguém que realmente parecia ser da minha idade e aquela mulher era estranhamente curiosa (e teimosa).
Uma luz de um farol aparece na trilha, me fazendo questionar o que seria.
Eu tenho certeza que ela não seria tão idiota à esse ponto...
Minha audição está aguçada, ouço vozes masculinas.
Permaneço parado no pátio, aguardando que o carro finalmente chegue.
Um carro azul, modelo novo, com nada muito especial aparece.
— ei, você! — um homem grita, e eu o encaro.
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O CASTELO VERMELHO
WampiryO que pode acontecer quando duas pessoas tão distintas e de mundos tão diferentes se cruzam? Além da rivalidade, um amor pode surgir? Quando Helena, uma repórter desesperada por uma matéria vai atrás do magnífico Castelo Vermelho, um homem nada gen...