VII. DE VOLTA AO CASTELO.

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HELENA.

Como sempre, parece que a cidade inteira resolveu sair no mesmo horário que eu, porque o trânsito não podia estar pior.

Com o pneu do meu carro furado, recorri ao bom e velho táxi, o que deu no mesmo, porque se eu tivesse ido a pé, já estaria no centro comercial entregando currículos.

Tenho que passar no jornal até às 11 horas, para pegar minhas coisas. Parece que tenho direito a algum dinheiro, e espero mesmo que isso me ajude...

— você é a moça do jornal Ville? — o taxista me pergunta, me olhando pelo retrovisor.

— era. — sorrio fraco, o olhando por ali.

— eu li sua matéria. Leio todas as elas. — ele ri.

Ah, a matéria... Suspiro ao lembrar do que eu fiz apenas para manter o meu emprego, e veja só... Fui demitida.

— fico feliz. — sorri novamente.

O homem não diz mais nada, mas aquilo me faz lembrar do quão desprezível a minha vida aqui se tornou.

Passei metade da manhã entregando currículos e quando finalmente cheguei no jornal, fui recebida da forma mais arrogante por Kiara e sua nova colunista. Recebi o tal dinheiro e a primeira coisa que pensei foi em guardar para emergências, e assim fiz. 

Minha primeira refeição do dia foi às 16h, quando finalmente parei para comer e desisti de procurar emprego. Todos disseram "retornamos para você em breve" ou "se precisarmos, vamos te ligar".

Respiro com toda a força restante nos meus pulmões, sentindo uma leve ardência junto com uma onda de ódio.

Enquanto como, meu celular vibra. É uma ligação da irmã...

— Helena! — Amber diz, animada, assim que atendo.

— oi, Amber! — forço a voz para que pareça tão animada quanto a dela.

— como vão as coisas? Novidades? — ah, claro... Tem sim...

— tudo na mais perfeita ordem, e por aí? Como está a mamãe?

— ela está bem, e com muita saudades. — ouço a voz de Amber ficar levemente triste, mas logo volta ao normal. — tenho algumas novidades.

— sério? Me conte. — me ajeito na cadeira da cafeteria em que estou, talvez eu finalmente tenha uma notícia boa.

— eu finalmente comprei um carro! — não escondo o som de exclamação que sai da minha boca. Estou tão feliz por ela, porque Amber sempre foi viciada em carros e todo tipo de automóvel.

— sério? Estou tão feliz por você, maninha. — sorrio, meu coração se enche de alegria por ela.

— eu só... — Amber raspa a garganta. — preciso de ajuda para pagar o restante das parcelas.

Fico uns segundos sem saber o que responder, e durante o meu silêncio, ela continua:

— já que você mora aí e sei que pode me ajudar, eu queria muito que você fizesse isso por mim, por favor.

— Amber, no momento eu estou em uma situação... — faço uma pausa, procurando palavras. — Complicada. — completo.

— o que houve? — ela parece se espantar, mas não quero contar para que ela que fui demitida.

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⏰ Última atualização: Oct 04 ⏰

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