Beatrice Fiore
Havia se passado alguns minutos desde que o sorriso bobo fixou em meus lábios, durante o tempo que seguia em direção a clínica, dirigindo o meu carro popular pela avenida principal.
Sergio não saia dos meus pensamentos.
Minha mente sempre rebobinava a cena do seu corpo grudado sobre o meu.
Sua boca sobre a minha.
Sua textura.
Seu perfume amadeirado.
Seu toque firme e certeiro.
E claro: seus olhos feito menino a fitar os meus.
Estava começando a aceitar que Sergio realmente tinha algo especial e não podia negar que isso também me trazia um certo medo, porque ele parecia controlar tudo que estava à sua volta sem fazer grandes esforços.
Aonde isso me levaria?
Logo que pisei no consultório me deparei com Marisol, sorridente, tagarelando ao telefone. Acenei brevemente e segui para a minha sala. Enquanto o computador ligava, meus olhos analisavam os prontuários dos pacientes do dia.
– Não vai me dizer que esse seu sorriso bobo tem haver com o jogador? – Marisol, alfinetou, ao entrar na sala.
– Hmmm, talvez.
– Sabia... Está escrito em negrito no seu rosto.
E estava mesmo. Só que não era apenas no meu rosto.
Sergio havia deixado seu rastro por todo o meu corpo.
E lá estava eu sorrindo outra vez.
O dia se arrastou e minha mente só pensava em duas coisas: Sergio Ramos e Rocco em Roma.
Não encontrei Rocco em casa logo que cheguei. Havia apenas uma lâmpada, tímida acesa, que iluminava o jardim de inverno embaixo da escada.
Nada mais.
Procurei por algum bilhete sobre a bancada da cozinha como era de costume entre a gente, contudo nada encontrei. Então segui para banho. Abri o chuveiro e instantaneamente meus músculos relaxaram ao colidir com toda aquela água quente.
Minha mente oscilava entre Sergio e Rocco.
Rocco e Sergio.
Rocco merecia viver aquele momento de reencontro com Donatello o mais breve possível, entretanto, eu sabia que ali, naquele encontro, algumas coisas poderiam mudar, principalmente o fato que Rocco poderia cogitar a viver novamente em terras italianas e eu não podia fazer nada. Porque Rocco tinha um pedaço ali... Firme e vivo.
Já Sergio... era só mais um homem. Uma criatura com um cromossomo "y" onde tinha 70% das suas ações comandadas pela sua cabeça inferior e do qual eu estava envolvida.
Mais envolvida do que eu poderia imaginar e por tão pouco tempo.
Aonde isso me levaria?
Saí do banho e tratei logo de me vestir.
– Fiore?!
Ouvi a voz de Rocco.
– Oie! Já estou indo. – gritei, ainda do quarto.
Ao descer a escada, meus olhos se depararam com Rocco que, segurava um envelope grande em uma das mãos que continha um carimbo de uma companhia de viagem.
Previ a situação.
Rocco sorriu animado ao me entregar o envelope antes de dizer qualquer palavra.
Ele sabia que eu já tinha entendido o assunto.
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El Chantaje | Sergio Ramos
RomansaBeatrice nunca soube lidar com seus sentimentos até o acaso lhe obrigar a lidar com um vendaval de emoções que surgiu em seu caminho. Após perda de seu pai, Beatrice se trancou para novos amores até sua única exceção apareceu em meias bombas de crem...