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Quando Jennie para em frente à casa dela, tento esconder minha surpresa, mas, caramba, a casa é enorme

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Quando Jennie para em frente à casa dela, tento esconder minha surpresa, mas, caramba, a casa é enorme. Parece que saiu de um filme, com seu gramado extenso e bem-cuidado, paredes branquinhas e uma porta verde adornada com uma guirlanda de flores.

Jennie larga a bicicleta na grama verdejante e vai andando em direção à casa, e eu corro para acompanhar.

Tudo é ainda mais bonito lá dentro, com uma escada grande e móveis antigos de madeira maciça. Aqueles móveis não são do tipo que se compra, mas do tipo que se herda. Tem até um lustre no hall.

— Jennie, é você? — pergunta uma voz feminina, vinda de outro cômodo. — Até que enm! Olha, você sempre me atrasa. — A mulher entra na sala de estar com o sapato de salto alto ressoando no chão. Assim que olha para Jennie, diz: — Nossa, que roupas são essas? Compro tantas roupas bonitas e você insiste em usar esses trapos...

Quando nota minha presença, a mulher congela no lugar. A decepção no rosto da mãe de Jennie dá lugar a um sorriso iluminado em uma fração de segundo.

— Você trouxe uma amiga?

— Essa é a Lalisa.

— Muito prazer, Lalisa. Meu nome é Tracy. Que casaco bonitinho, o seu.

Ela me olha da cabeça aos pés de um jeito que deixa evidente que pensa o exato oposto do que está dizendo.

Cerro os punhos por baixo das mangas da jaqueta que pertencia à minha mãe.

— Obrigada.

— Vou demorar — avisa ela para Jennie. — Sua irmã está na toca. Deixei dinheiro para o jantar na porta da geladeira. Até mais tarde, meninas.

Tracy pega a bolsa e vai embora.

— Ela vai para um encontro de mulheres ou alguma coisa assim. Acho que é benecente — explica Jennie, me chamando com um gesto para ir até a sala de estar. — Meu padrasto está viajando, então preciso cuidar da Emma.

Vejo um decantador de cristal e alguns misturadores sobre um armário espelhado. Jennie para diante do móvel, tira um grampo do cabelo e começa a cutucar a fechadura.

— É sério que você está...?

Não consigo terminar a pergunta, porque Jennie já abriu o armário com a facilidade de um especialista.

— Sou uma caixinha de surpresas — solta ela, sorrindo para mim por cima do ombro.

Jennie pega uma garrafa e tranca o armário.

— Eles não vão sentir falta desse aqui — declara ela. — É um vinho de ameixa que ganharam de presente um milhão de anos atrás.

— Se você diz.

Ela pega duas taças da bandeja em cima do armário.

— Vem, vamos ver o que a Emma está fazendo.

Acompanho Jennie pela casa. Em todos os cantos tem algum objeto chique e muito fácil de quebrar, o que me faz grudar os braços ao corpo e pensar em nunca, jamais entrar num lugar assim com mochila, porque eu com certeza derrubaria algo sem querer.

Girls Like Girls | JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora