10 | Champanhe.

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— O plano é muito simples

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— O plano é muito simples.

Acabamos de virar a esquina. Estamos em frente a uma loja de conveniência. Ela continua:

— Essa lojinha tem poucos funcionários. Vou distrair o caixa e você pega o álcool. Vai ser rapidinho. É seguro.

— Você faz isso com frequência? — pergunto, tentando parecer despreocupada, mas sentindo um frio na barriga.

Nunca roubei nada. Nem mesmo doces no supermercado quando era criança.

— Não dá para ter documentos falsos numa cidade onde todo mundo se conhece — explica Jennie, dando de ombros.

— Por isso você e seus amigos estavam com pressa no dia em que a gente se conheceu?

Ela abre um sorriso travesso.

— Eles enganaram o segurança, mas o barman sacou. Nunca mais vou acreditar no Bambam quando ele disser que arranjou uma identidade falsa e que "vai dar tudo certo, é garantido". Jisoo ainda está brava comigo porque foi deixada para trás.

— Quem não ficaria brava se seus amigos fizessem isso?

— Nossa, que maldade — diz Jennie, fazendo beicinho.

— É horrível se sentir deixada para trás — comento, me arrependendo logo em seguida.

Informações demais.

— Ai, minha nossa, quem deixou você para trás? — pergunta ela, num tom divertido e quase sarcástico — O plano é muito simples.

Não consigo responder. Não quero, não agora. Talvez nunca. Jennie inclina a cabeça, envergonhada.

— Que merda — diz ela, parecendo ter entendido a situação. — Quem teria coragem de abandonar você?

É tão espontâneo que chego a pensar que...

Mas não. Não. Até parece.

— Beleza — digo. — Então você vai distrair o caixa, eu pego a garrafa. Beleza. Simples. Tranquilo. Vamos nessa.

— Lalisa...

— Está tudo bem — garanto, apoiando minha bicicleta no mastro da placa da loja.

Decido ignorar a preocupação no rosto dela.

— Você tem razão — prossigo —, não dá para ficar sem ter alguma coisa para beber. Vamos lá.

Jennie me alcança e abre a porta para que eu entre primeiro. Ela ajustar a postura e vai direto para o caixa, e eu sigo para os fundos da loja.

Apesar de eu estar no corredor de bebidas, sentindo o ar gelado dos refrigeradores, minhas mãos estão suando. Esfrego as palmas na calça. Se eu pegar uma garrafa e deixar cair... a gente já era.

Escuto Jennie perguntar ao caixa:

— Poderia me ajudar?

— Do que você precisa? — pergunta ele.

Girls Like Girls | JENLISAOnde histórias criam vida. Descubra agora