33 | Ela Me Odeia.

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Estou sentada na beira da estrada, com a bunda na terra, abraçando as pernas

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Estou sentada na beira da estrada, com a bunda na terra, abraçando as pernas. Apoio o queixo nos joelhos, cerrando a mandíbula para não bater os dentes, me balançando para a frente e para trás.

Não está frio. Mas não importa.

Meus olhos estão doendo de tanto chorar. Minhas lágrimas já pararam de cair e já secaram, mas não consigo fazer meu coração parar de bater como se eu fosse um coelho fugindo de uma raposa.

Se eu soltar as pernas, vou sair correndo. Vou simplesmente sair correndo como um animal selvagem em busca de algum tipo de liberdade.

Então eu me seguro. Eu me fecho em uma camisa de força feita pelos meus próprios braços, tentando aguentar.

Mas está sendo demais para mim. Demais.

Ser eu mesma só resultou em dor. Tentei me abrir com Jennie, e ela me jogou para escanteio como se eu não signicasse nada. Tentei me aproximar de Nayeon, mas tudo o que nós fazíamos me fazia lembrar de outra pessoa, e agora estou aqui, abandonada na beira da estrada. Jogada fora.

Todo mundo sempre vai embora. Primeiro Curtis, quando eu era pequena. Minha mãe se perdeu e não pôde ficar. Jennie me beijou como se eu fosse a primeira, a última e a única, depois me despedaçou e foi embora como se não fosse nada.

Como se eu não fosse nada.

Quando Curtis chega, começo a chorar outra vez. Ele freia com violência e salta para fora do carro como se eu tivesse ligado para ele e dito que tinha sido sequestrada.

— Eu estou bem — garanto, sem conseguir parar de chorar.

Quanto mais eu tento, mais eu choro. Transbordo lágrimas, coriza, humilhação, medo e alívio.

Ele veio me buscar.

— Meu bem...

Curtis me segura pelos ombros, e eu co tensa, pensando que ele vai me balançar ou algo assim. Mas, não, ele só está vericando se estou bem. Ele meio que dá um apertão no meu ombro, como se dissesse "ah, sim, está tudo no lugar! " É tão esquisito que em qualquer outra circunstância seria engraçado.

Depois ele me puxa e me abraça apertado. Isso não é esquisito. De repente me dou conta de que é exatamente disso que preciso.

A camisa dele fica molhada com minhas lágrimas.

— Vamos embora?

Tudo o que quero é um banho, minha cama e nunca mais ver Nayeon, Bambam ou Tae, mas sei que isso não vai acontecer nessa cidade estúpida. Porque as aulas voltam em menos de dois meses, é lógico. Adoro ter cimentado minha reputação de caso perdido antes mesmo de pisar na escola.

— Sim — diz ele. — Vamos para casa.

Prendo o cinto de segurança e começo a mexer no painel do ar-condicionado para me ocupar enquanto ele manobra para voltar à rodovia.

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