Fifty Shaeds Of Blue

Chapter Three: Dream

O apartamento que eu dividia com Félix fica à uma boa distância do centro de Seul, mas isso não chega a ser um grande problema. Tenho sorte em relação a isso. Os pais ricos de Felix compraram o apartamento para ele, e eu pago uma ninharia de aluguel. Coisa que pretendo mudar em breve, afinal, finalmente vou ter um salário digno.

Moro nesse mesmo lugar - junto com Felix - desde quando me mudei de Incheon para Seul, afim de cursar a faculdade de literatura inglesa. Meus pais ainda moram por lá, já meu irmão, Christopher, está no Estados Unidos, em especificamente New York. Ele trabalha em uma grande empresa de moda conhecida, mostrando todo o seu talento nesse ramo. Seu nome já está ficando famoso nesse meio, e eu estou mais do que feliz por ele. Mesmo que as vezes eu sinta sua falta, dos seus abraços e carinho. Pretendo visita-lo em breve.

Quando estaciono a Mercedes na frente de casa, sei que Félix provavelmente vai querer detalhes da minha entrevista e também sei que ele só irá parar de me importunar quando souber de tudo.

— Jijico!— Escuto sua voz animada assim que entro pela porta.— Até que fim chegou.

Felix está jogado no nosso grande sofá da cor bege, com as pernas em cima da mesinha de centro e o controle do vídeo game nas mãos. Percebo também que há uma garrafa de cerveja pela metade ao lado dos seus pés. Está usando um pijama listrado que me lembra muito um desenho antigo. Acho que o nome era Bananas de Pijamas, ou algo assim.

Se bem que esse desenho as vezes me dava medo. A cara das bananas eram medonhas.

Coloco minha mochila em uma cadeira perto do sofá, logo depois pendurando a chave do carro no chaveiro próximo da porta. Felix larga tudo em cima em cima da mesinha e se levanta para me seguir até a cozinha, onde vou buscar um copo d'água.

— Eai, como foi? Você foi contratado? — Me bombardeia, com a curiosidade acessa em seus olhos com lentes azuis claras.

Respiro fundo. Repassando toda a entrevista mentalmente. Faço um esforço para responder à sua pergunta sem mostrar que ainda estou parcialmente afetado com o recente ocorrido.

— Foi... bom, um pouco estranho.— Levo o copo até a boca e tomo um gole da água.— Porém acabou da melhor forma possível, fui contratado!

— Não brinca!— Grita alto, logo em seguida vem para cima de mim, me abraçando forte.— Isso é perfeito! Parabéns, Jijico!

Dou risada. Quase que o corpo de vidro cai da minha mão.

— Obrigado.

— Mas me conta...— Volta a falar enquanto se apoia na mesa de madeira escura que tinha bem no centro da nossa cozinha.— Como ele é? É muito intimidador? Muitas pessoas por ai dizem que ele ultrapassava essa palavra.

Realmente. Mas isso, no tanto, não é uma coisa tão ruim...

— Oh, sim, essas pessoas não estão nem um pouco erradas.— Digo, ao lembrar do jeito de Sr. Lee.— Ele é... sério e formal demais. Também é um pouco misterioso. Você não consegue saber o que ele está pensando ou o que está sentindo, a não ser que ele autorize tal coisa... chega a ser intenso.— Suspiro.— Tive uma leve impressão de que ele gosta de ter o controle de tudo ao seu redor. E ele é... jovem. Muito jovem.

— Prestou bastante atenção no seu chefe, uh.— Ergue ligeiramente a sua sobrancelha loira, com um olhar um tanto surpreso e zombeteiro.

— Não seja iludido, Lilix.— Reviro os olhos tentando disfarçar, e começo a sair da cozinha.— Quantos anos ele tem, afinal?

— Não sabe a idade do seu futuro chefe, Han?— Lhe mostro a língua, isso acaba o fazendo rir.— Lee Minho tem vinte e oito anos de pura gostosura, de acordo com as fotos que vi dele no Google.