Chapter Fifteen: A Little Bitch

875 100 56
                                    


×××

Minho chama a garçonete com um gesto e pede a conta. Quando paga - sozinho, já que não me deixou ajudar -, se levanta e estende a mão.

— Venha.

Ele me dá a mão e me conduz ao carro que estava no estacionamento. Esse contato, pele com pele, é algo tão inesperado da parte dele, normal, íntimo. Não dá para conciliar esse gesto casual, terno, com o que ele pode e quer fazer comigo no seu Quarto Azul. Bem, não é algo que eu reclame, sinceramente.

Seguimos calados praticamente o caminho todo até o nosso destino, ambos absortos em seus próprios pensamentos. Quando ele estaciona em frente ao meu apartamento, são uma da tarde. As luzes estão acesas – Felix está em casa. Minho desliga o motor, e me dou conta de que vou ter que deixá-lo. Olho para minhas mãos, e entrelaço os dedos. De repente me sentindo ligeiramente emotivo, por alguma razão.

Ele estica o braço, pega uma das minhas mãos e, lentamente, a leva aos lábios, beijando-a com ternura. Um gesto muito antiquado e meigo. Como era de se esperar, meu coração rapidamente se acelera com aquilo.

— Obrigado por este fim de semana, Jisung. Foi... ótimo. Espero poder repetir mais vezes. — Diz baixinho.

— Eu também, Minho. — Respondo-o sorrindo envergonhado. Ele fica um tempo encarando-me, atiçando minha curiosidade em saber o que poderia estar pensando naquele exato momento.

— Até segunda-feira, meu doce. — Torna a beijar minha mão e a põe em meu colo. — Se caso precisar de carona, quero que me avise. Farei questão de busca-lo ou mandarei alguém faze-lo.

— Minho... — Minha bochechas coram. — acho que não será necessário.

— Só prometa que vai me dizer se caso precise. Você tem meu número e meu e-mail, sabe como falar comigo.

— Meu computador está quebrado. — Murmuro mordendo o lábio. O que, automaticamente, atraí a atenção de Minho. O vejo respirar fundo, em seguida segura meu queixo e ergue meu rosto, me puxando para mais perto de si.

— Só me chame se precisar. — Sussurra autoritário, segundos depois deixando um breve selinho em meus lábios antes de se afastar, para assim sair do carro. Suspiro olhando-o dar a volta até o meu lado e abre a porta.

Com um sorriso, saio do carro e sigo para casa, sabendo que vou ter que enfrentar Félix. Fico nervoso com a idéia. Não sei por onde irei começar a falar para conta-lo sobre tudo. Aconteceu tanta coisa em uma só noite que parece que foi mais do que isso. Viro-me no meio do caminho e olho para Minho, que ainda se encontrava fora do carro me observando. Cabeça erguida, Han.

— Ah... a propósito, estou usando sua cueca.

Dirijo-lhe um sorrisinho sapeca e puxo o cós da Calvin Klein que estou usando para lhe mostrar. Ele fica boquiaberto, chocado. Que reação ótima. Ainda sorrindo, entro dentro do prédio todo faceiro.

Subo as escadas devagar, pensando em todas as coisas que acabaram de acontecer. Chego em uma conclusão de que; Lee Minho só tem essa pose de frio e intimidador, mas no fundo é uma pessoa fofa e até mesmo um pouco carente, se parar para observa-lo. E, claro, querer e estar disposto à conhece-lo. Se caso não for assim, receio que talvez você nunca irá saber sobre a existência desse seu lado. Lado esse que parece ser constantemente escondido por uma máscara vazia e indiferente. Nem eu mesmo ainda não o conheço. Só o que ele me deixou saber nas últimas vinte e quatro horas. Mas... estou disposto à descobrir muito mais do que isso, se Minho deixar.

Pego a chave da porta no bolso, logo depois a destrancando. Ao entrar no local a primeira coisa que escuto é a música Heart Of Glass que parecia estar vindo da cozinha, sem contar a voz de Felix cantando por cima da própria cantora. Dou uma risada baixa, jogando minha mochila no sofá e então indo até ele. Encontro-o de costas para mim, vestindo uma calça folgada e um moletom enquanto parecia estar mexendo algo numa panela.

Fifty Shaeds Of BlueOnde histórias criam vida. Descubra agora