Chapter Forty-Nine: Middle Of The Night

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N/A: oi, olha só quem resolveu aparecer :)

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Pov. Han Jisung

Até que ponto a dor consegue ser atraente?

Essa pergunta simples e ao mesmo tempo complexa martela em meio os meus pensamentos na procura incessante de uma resposta concreta, desde o momento em que Minho a fez com o timbre de voz rouco e arrastado poucos minutos antes de adormecer com certa facilidade ao meu lado na cama do nosso quarto de hotel.

Confesso que, por mais que seja uma pergunta de não muita relevância na minha vida, acabou por me fazer ficar um pouco pensativo.

A dor, para a minha pessoa, é uma forma de prazer um tanto peculiar que chega à ser estranho e desconhecido para algumas pessoas. Confesso que as vezes também é até mesmo para mim. Porém é... é inesperadamente gostoso, por exemplo, de sentir a ardência de um chicote indo de encontro a minha pele, marcando-a temporariamente por conta da força usada que vem do couro grosso e que é acompanhado no segundo seguinte pela dormência ao toque por estar tão sensível. Oh, Deus, isso é tão bizarramente bom.

Mas, até em que ponto eu aguentaria e gostaria de sentir essa tortura?

Mordo o lábio inferior, pensativo, forçando os dentes a marca-lo e vivencio uma dor fina se alastrar lentamente na pele frágil daquela área de minha boca. Lembranças vagas do dia que senti os dedos grossos da mão de Minho indo de encontro a minha bochecha penetram minha cabeça com cenas vivas e coloridas. Essa é a dor que eu amo sentir.

Porém logo em seguida lembro-me do dia na qual ele se deixou ser vulnerável em minha frente pela primeira vez desde quando nós nos conhecemos, chorando e soluçando por se sentir tão machucado por algo que não conseguimos enxergar com nossos próprios olhos, e então sinto meu coração se apertar dolorosamente. Isso... esse mal estar ruim, essa dor sagaz e cruel que me domina só de apenas recordar daquela noite... é algo que não gosto nenhum pouco de ter a noção de como funciona.

A dor pode ser aguda ou leve, constante e intermitente, latejante ou estável. Ele é algo que tem vários tipos diferentes de estágios e modos de se transformar em uma sensação incomoda. Para algumas pessoas ela pode até mesmo trazer-lhe o mais alto ápice de prazer carnal, o queimar desse sentimento perverso correndo em meio a sua corrente sanguínea chega a ter o potencial propício de fazê-lo tremer de satisfação como nunca antes. Enquanto os outros métodos podem - são capazes de fazer que seu coração se desperdiça em mil pedacinhos e ao mesmo tempo que destrói a sua alma de um jeito que irá matá-la lentamente, aos poucos torturando-o da pior forma que se possa imaginar.

Às vezes pode ser muito difícil descrever a dor quase tão similarmente a dificuldade que temos sobre entender o amor.

Beberico meu chá quente com lentidão, saboreando o gosto do mel suave com uma pitada de limão, ainda mantendo meu olhar fixo sobre o balcão de mármore branco que há na cozinha do quarto - que mais parece um apartamento - do Hotel em que estamos hospedados durante nossa estadia em Paris.

O lugar é extremamente arejado, em tons de cores discretos, lindamente projetado e que me trás um estranho conforto. O quarto vago e a nossa suíte me oferecem uma linda perspectiva sobre o Palais Royal e uma vista panorâmica sobre os pitorescos tetos de Paris e seus famosos monumentos, proporcionando uma experiência única de toda a atmosfera parisiense. Ah, também tem algo que deixa o lugar ainda mais familiar, que é um enorme piano branco posicionado no centro da grande sala de estar e de frente para umas das muitas portas de vidro qua nos dão uma boa vista da cidade do amor pela madrugada. Isto me lembra o apartamento de Minho.

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