Correndo contra as memórias

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Aqui estou eu de novo, correndo contra o tempo. Literalmente correndo contra o tempo. Mais um atraso e minha vida pode se tornar um completo fracasso. Não que já não seja, mas eu posso impedir que seja mais.

Depois que meu irmão se mudou sem dar satisfações de onde ele realmente pode estar, venho seguindo a vida com o que posso. Minha mãe morreu em meu parto. Meu desgraçado parto... Eu sinto tanto por isso quanto meu pai que me despreza. Sinto que se eu não existisse, alguns problemas da minha família poderiam ser evitados, apenas por eu não existir. E isso me frustra tanto. 

Urgh, Luffy! Esqueça essas merdas e apenas siga. Agora estou eu, correndo a caminho para a única coisa que me mantém. Meu emprego em uma cafeteria!! 

Por mais que as coisas não estejam tão boas, tento seguir como meu irmão Sabo me aconselhou antes de sofrer um acidente no mar. 

“Me promete uma coisa Luffy. Por mais que as coisas sejam difíceis, você deve seguir seus sonhos. Nunca deixe ninguém decidir quem você deve ser, seja você mesmo, por você mesmo. Persista!" parece que a minha vida toda gira apenas em torno dessa promessa...

Nunca tínhamos condições de viver uma vida muito boa. Sabo por ser o irmão mais velho entre mim e Ace, se metia em contrabandos no mar, só para arrumar alguma grana suja na tentativa de ajudar a nos mantermos, coisa que o nosso pai nunca vazia naquela época. E em um confronto no mar, veio a pior notícia.

Há oito anos atrás:

- LUFFY! Já está pronto para escola? O ônibus passa logo logo. - Ace grita para Luffy no andar de baixo. 

- Calma Ace, já, já eu desço! - Luffy o responde correndo às pressas para calçar seus sapatos.

Luffy desce as escadas colocando sua mochila nas costas.

- Toma Luffy, talvez cesse sua fome até o horário do intervalo na escola. - Fala o Moreno jogando uma maçã para o menor. 

- Obrigado, mano! - diz Luffy dando um daqueles sorrisos que pode derreter qualquer um. 

- E Sabo? Alguma notícia dele? Estou com saudades... - Luffy murmurou enquanto dá uma mordida em sua maçã. 

- Até agora nada. Estou até meio preocupado, ele não é de ficar mais de um dia sem ligar pra nós. - O maior respondeu Luffy com um certo desconforto.

Até que, de repente, se escuta vários estrondos vindo da porta.

- Será que é ele? - Salta Luffy ao ouvir o barulho. 

- Calma, Lu, eu abro. - Fala baixo enquanto se direcionava até a porta. 

- Quem... é...? - Questiona Ace, baixinho enquanto abria a porta.

Luffy se encolhe entre o sofá com um pouco de medo.

Ao abrir a porta, surge um homem alto com uma tatuagem vermelha em seu rosto e uma capa preta envolta de seu corpo.

Era Monkey D. Dragon. Pai de Ace, Sabo e Luffy.

O homem se dirigia para dentro da casa, como uma expressão nada agradável. 

Dragon nunca foi de dar muitas notícias para seus filhos. Dinheiro, agrado, nada. Ninguém recebia amor paterno vindo do tal homem. Era uma baita surpresa ele aparecer por lá sem mais nem menos depois de quase cinco meses sem os irmãos saberem seu paradeiro.

Aquilo fez o estômago de Luffy embrulhar. Não gostava daquele homem, por mais que ele fosse seu pai. Seu próprio pai... como poderia odiá-lo tanto? 

- Pai? Você... - Ace ia o questionar, mas é interrompido.

- VOCÊS! - Dragon se vira para Luffy. - NÃO, VOCÊ! - O homem aponta o dedo para o garoto, com raiva em seus olhos. 

Uma promessa para seguir - LawluOnde histórias criam vida. Descubra agora